Jovem paraplégico lamenta “falta de apoios” para desporto adaptado

A falta de apoios para a prática individual de desporto adaptado nos Açores surpreendeu Hélder Fernandes, que venceu vários troféus de atletismo em cadeira de rodas, mas tem dificuldade em manter esta atividade desportiva desde que vive no arquipélago.

“Vim viver para os Açores há cerca de dois anos e a minha intenção era continuar a praticar desporto adaptado, como fazia no continente”, afirmou Hélder Fernandes, em declarações à Lusa, denunciando as dificuldades que tem sentido para concretizar este objetivo já que os apoios apenas são concedidos a associações.

O jovem deficiente contactou a Direção Regional do Desporto onde foi informado de que “teria que montar uma associação para conseguir apoios para o material”.

Hélder Fernandes, que pretende com o seu exemplo “incentivar a prática de desporto adaptado na região”, salientou que “há poucos praticantes e poucas modalidades de desporto adaptado nos Açores”, apesar de conhecer “muitas pessoas com limitações físicas que gostariam de praticar desporto, mas sem terem que estar filiadas em nenhuma associação”.

Na sequência das limitações existentes, o jovem atleta tem participado em algumas provas com a sua cadeira de rodas e conseguiu participar na Meia-Maratona de Lisboa “graças a apoios privados”.

“Os custos com material e deslocações são elevados. Uma cadeira profissional pode chegar aos 5.000 euros”, afirmou, acrescentando ter o “sonho” de criar uma associação em S. Miguel para promover a prática de desporto adaptado como há de “norte a sul” do país, em modalidades como atletismo, basquetebol ou ciclismo.

Nos Açores, o desporto adaptado não está organizado em associativismo desportivo, o que Hélder Fernandes lamenta, já que se trata de uma forma de desenvolver o sistema motor, mas também de promover a “socialização e integração das pessoas com limitações físicas”.

A Direção Regional do Desporto, contactada pela Lusa, confirmou que os apoios para o desporto adaptado “não são atribuídos a título individual”, pelo que os praticantes “têm que se inscrever numa associação que desenvolva actividade física desportiva adaptada”.

“É uma norma transversal a qualquer tipo de desporto”, afirmou uma fonte daquela direção regional, acrescentando que também pode ser solicitado pela entidade ou associação apoio para material e formação.

Os dados oficiais disponibilizados pela Direção Regional do Desporto indicam que, na época 2009/10, foram “apoiadas 32 entidades no âmbito da Atividade Física e Desportiva Adaptada” em várias ilhas do arquipélago.

Estes apoios abrangeram, entre outras, as modalidades de ginástica, natação, ténis, atletismo, boccia, futsal, equitação adaptada, goalball, dança e tiro ao alvo, além de actividades de exploração da natureza.

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