
“Há condições e há potencial. Há tudo para fazermos cinema cá”, afirmou à Lusa João Botelho, realizador da curta-metragem intitulada “Alabote”, que está em plena fase de rodagem na maior ilha dos Açores.
O projeto, desenvolvido por um grupo de 19 jovens licenciados em cinema e multimédia, visa concorrer à segunda edição do festival internacional de cinema sobre migrações, que vai decorrer em abril na cidade de Ponta Delgada.
O II Panazorean, organizado pela Associação de Imigrantes dos Açores, tem inscritos 415 filmes provenientes de 60 países e é o único festival do género que se realiza em Portugal.
“Vamos começar pelo festival Panazorean. Vamos ver o que é que dá. Se for bom queremos mandar para fora, ir a outros festivais”, referiu João Botelho, que se mostrou entusiasmado com a forma como todo o trabalho está a decorrer.
“Alabote” é um drama que retrata a vida de um jovem, abandonado pelos pais, que vive com a avó na esperança de reencontrá-los, uma temática que recua à década de 80 do século passado, época em que muitos açorianos decidiram emigrar, sobretudo para os Estados Unidos da América à procura de uma vida melhor.
Nesta curta-metragem 100% açoriana entram sete atores e 13 figurantes, um trabalho que estará concluído a 15 de março, visto que está já agendada a apresentação do ‘trailler’ a 20 de março.
Este fim de semana as gravações decorreram na freguesia das Furnas, uma das mais emblemáticas dos Açores e nem a ameaça de chuva nem uma procissão local fizeram abrandar o ritmo de trabalho.
“Está a correr tudo bem. Desde que haja uma pré produção muito bem feita é meio caminho andado para a rodagem correr muito bem”, afirmou João Garcia, diretor geral da curta-metragem, acrescentando que a pré produção começou a ser feita três meses antes.
Em noite de Óscares, estes jovens cineastas não escondem que também sonham um dia erguer a estatueta dourada.
“Vamos fazer por isso. O nosso objetivo é ganhar um Óscar”, confessou João Botelho e João Garcia, ambos com um sorriso no rosto.
Lusa