Para Cláudio Almeida, que falava numa conferência de imprensa em Ponta Delgada, “a autonomia das associações de estudantes é importantíssima” e “não faz qualquer sentido a ingerência dos conselhos executivos e, muito menos, a destituição de alguém que foi eleito pelos alunos e não pelo conselho executivo da escola”.
Em causa está o artigo 29.º do Estatuto do Aluno dos Ensinos Básico e Secundário, aprovado por maioria na semana passada na Assembleia Legislativa dos Açores, que prevê a possibilidade de os alunos que integram as associações de estudantes perderem o mandato em caso de infracção disciplinar sancionatória.
O PSD/Açores, apesar de ter aprovado o documento na votação global em plenário, manifestou discordância quanto a este artigo, tendo apresentado uma proposta de alteração, que acabou por ser rejeitada.
Para o líder da JSD/Açores, o artigo em causa é uma “grave e flagrante violação do princípio constitucional da liberdade de associação” e constitui ainda uma “ingerência inadmissível” dos conselhos executivos na vida das associações de estudantes.
Nesse sentido, recordou que o estatuto do aluno aprovado no parlamento regional admite que a capacidade eleitoral dos alunos possa ser atingida através da intervenção de um órgão que “não exerce poder de tutela nem é um órgão superior em relação às associações de estudantes”.
Na conferência de imprensa de hoje, Cláudio Almeida salientou ainda que Berto Messias, líder parlamentar do PS/Açores e presidente da JS/Açores, “saiu da sala do plenário na hora da votação” deste artigo.
“Esta infeliz votação mostra uma vez mais a falta de autonomia do grupo parlamentar do PS face ao governo”, frisou, acrescentando que “o PS preferiu fazer a vontade ao governo em vez de procurar respeitar a Constituição”.