Lagoa, em S. Miguel, vai ser a sexta cidade dos Açores

A Assembleia Legislativa dos Açores vai aprovar esta semana a elevação da vila da Lagoa, na ilha de S. Miguel, à categoria de cidade, na sequência de uma iniciativa do PS que conta com o apoio do PSD.

“O que está em causa é uma promoção pelo desenvolvimento que a Lagoa teve nos últimos anos e um desafio para o futuro, para que se continue a desenvolver”, afirmou João Ponte, presidente da autarquia, em declarações à Lusa, acrescentando que a elevação a cidade é um passo importante para a “projeção externa” e, eventualmente, para melhorar as condições de acesso a financiamentos europeus e regionais.

A futura cidade, que é sede de concelho há 490 anos, conta com cerca de 9.100 habitantes e integra as freguesias do Rosário e de Santa Cruz, estando localizada na costa sul de S. Miguel, a cerca de 10 quilómetros de Ponta Delgada.

A Lagoa será a sexta cidade dos Açores, juntando-se a Ponta Delgada e Ribeira Grande, em S. Miguel, Angra do Heroísmo e Praia da Vitória, na Terceira, e Horta, no Faial.

O processo legislativo para a elevação da Lagoa a cidade arrancou em 2009, em simultâneo com um projeto que pretendia atribuir o mesmo estatuto a Vila Franca do Campo, também em S. Miguel, mas que acabou por ser abandonado.

Para João Ponte, o novo “pergaminho” da Lagoa “não vai alterar a vida das pessoas”, assegurando que não implicará agravamento de taxas ou impostos, mas considerou que representa uma “nova oportunidade” que é preciso agarrar.

O autarca socialista defendeu que “vale a pena ser cidade”, recordando aos críticos desta elevação que as duas mais jovens cidades dos Açores – Ribeira Grande e Praia da Vitória – saíram beneficiadas com a passagem a esta categoria.

Apesar disso, diversos residentes na Lagoa ouvidos pela Lusa manifestaram-se pouco entusiasmados com a ideia da elevação da vila a cidade.

O empresário Rafael Silva, 26 anos, considerou que a cidade trará “poucos” benefícios e defendeu que o processo foi “pouco participado”, enquanto José Joaquim Lima, 52 anos, funcionário de uma das escolas do concelho, defendeu que Lagoa precisa de “um tribunal, mais médicos e um quartel de bombeiros”, entre outras necessidades.

Por seu lado, André Tavares, um desempregado de 27 anos, alertou para a animação noturna que é exigida a uma cidade e que a Lagoa, na sua opinião, não tem.

“Uma cidade tem de ter vida noturna, como tem de ter vida de dia, e a gente não tem nada disso. Em questão de negócios, à noite não temos nada”, frisou.

Os vários habitantes da Lagoa ouvidos pela Lusa também insistiram na ideia de que, mais importante do que a promoção a cidade, é investir no combate ao desemprego e à pobreza no concelho.

 

Lusa

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