“Temos de ser determinados e duros na negociação, essa é a minha postura”, observou Artur Lima sobre a base militar norte-americana das Lajes, citado numa nota de imprensa do Governo Regional dos Açores a propósito da uma visita à comunidade açoriana nos Estados Unidos da América.
Referindo-se à próxima reunião da Comissão Bilateral Permanente, agendada para dia 17, o vice-presidente acrescentou que, para o XIII Executivo Regional, “primeiro está a saúde” dos açorianos, “acima de qualquer diplomacia”.
Artur Lima considerou que os norte-americanos deram um “passo pequenito” na Bilateral realizada no verão, com a garantia da realização de um estudo sobre a situação da contaminação de solos e aquíferos.
O vice-presidente avisou que haverá, da parte dos Açores, uma “postura mais exigente” na procura de uma solução que permita “mitigar” o problema.
“Não é uma solução nada fácil, é muito complicada”, concretizou Artur Lima.
O governante considera estar em causa um processo “de luta permanente, de negociação diplomática”, envolvendo “a Região e o Estado Português”.
“Temos de ser muito determinados na nossa intenção de mitigar a contaminação, embora sempre com atenção ao relacionamento entre Portugal e os Estados Unidos da América”, observou, de acordo com o comunicado.
Artur Lima falava num encontro com dirigentes associativos, culturais, sociais e económicos das comunidades Açorianas do Estado de Massachussets, em New Bedford, no âmbito da visita do governante e do presidente do Executivo Regional, José Manuel Bolieiro, a comunidades Açorianas da Costa Leste americana.
Em julho, os Estados Unidos da América (EUA) comprometeram-se a realizar um estudo sobre os riscos para a saúde da população da contaminação de solos e aquíferos na ilha Terceira, revelou o vice-presidente do Governo Regional dos Açores.
“Foi difícil deixar esta parte na ata final, mas os americanos acordaram em que peritos norte-americanos fizessem estudos, que depois seriam fornecidos ao Governo português, para se identificar potenciais riscos para a saúde humana, quer agora, quer no futuro, devido a processos de contaminação”, adiantou, em declarações à Lusa.
O governante, que tutela as questões conexas com as negociações luso-americanas sobre a base das Lajes, localizada na ilha Terceira, é também o representante da Região Autónoma dos Açores na Comissão Bilateral Permanente do Acordo de Cooperação e Defesa entre a República Portuguesa e os Estados Unidos da América, que se reuniu em julho, em Washington, nos Estados Unidos.
A contaminação de solos e aquíferos na Praia da Vitória, na ilha Terceira, provocada pelo armazenamento e pelo manuseamento de combustíveis e outros poluentes pela Força Aérea norte-americana na base das Lajes, foi um dos temas em discussão na reunião.
Identificada em 2005 pelos próprios norte-americanos, a contaminação foi confirmada, em 2009, pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que monitoriza desde 2012 o processo de descontaminação.
Na anterior reunião da comissão bilateral, em dezembro de 2020, ficou acordado que os peritos norte-americanos e o LNEC fariam um estudo conjunto sobre a atual situação da contaminação de solos e aquíferos da ilha Terceira.
Lusa