A nova lei define um teor máximo de 1,4 gramas de sal por 100 gramas de pão e obriga a que os rótulos das embalagens de alimentos pré-embalados prestem informação sobre a quantidade relativa e absoluta de sal na embalagem, por percentagem do produto e por porção/dose.
Industriais e comerciantes de panificação lamentam que a lei deixe de fora produtos como os cereais de pequeno-almoço e acusam o Governo de falhar os apoios previstos para o setor.
“O pão foi um bode de expiatório para alguém mostrar que se preocupa com a saúde dos portugueses. Se fosse com esta preocupação seria abrangente para todos os produtos”, comentou à agência Lusa o presidente da Associação do Comércio e da Industria de Panificação (ACIP), Carlos Alberto dos Santos.
A associação refere que o setor tem perdido produção para produtos ligados ao pequeno-almoço, como os cereais, “e que não vão estar abrangidos pela nova lei e que contêm em média cinco vezes mais sal do que o pão”.
“Os mais fracos são obrigados a alterar a produção. As grandes indústrias pura e simplesmente são obrigadas a ter rotulagem”, considerou Carlos Alberto dos Santos.
Portugal consome o dobro do sal que é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), uma situação que a Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) acredita que será alterada com esta lei.
Segundo dados divulgados pela SPH, cada português consome em média 12 gramas de sal por dia, quando a OMS recomenda um máximo de seis.
Para o presidente da SPH, José Alberto Silva, a nova legislação “é a melhor lei em termos de saúde pública que já foi publicada”: “Vai fazer com que de forma normal as pessoas vão consumindo menos sal”.