Licenciados ganham em média mais 69% do que portugueses com secundário – OCDE

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE) considera que Portugal tem uma compensação salarial “muito elevada” para os cidadãos licenciados, afirmando que ganham, em média, mais 69% do que a população com o ensino secundário.

A média da OCDE neste parâmetro é de 57 por cento, segundo os dados hoje divulgados no relatório “Education at Glance 2015”, que contém indicadores dos 34 países da organização e de outros parceiros.

Segundo os peritos que avaliaram os dados, 44% das pessoas com graus académicos no ensino superior ganham pelo menos o dobro do salário médio, comparando com apenas 15% da população total.

“Os que têm uma licenciatura ou equivalente ganham em média mais 69% do que os que têm o ensino secundário, o que está acima da média da OCDE de 57%”, lê-se no documento.

Para a OCDE estas diferenças são o reflexo de um baixo nível de qualificação superior entre a população portuguesa.

“De facto, apenas 31% dos jovens adultos (dos 25 aos 35 anos) em Portugal, tem formação superior”, refere-se no relatório.

As taxas de conclusão para Portugal de licenciatura, mestrado e doutoramento, à primeira vez, estão a par ou acima da média da OCDE, em 36%, 20% e 1,7%, respetivamente.

Em geral, espera-se que 43% dos jovens adultos em Portugal faça pelo menos um programa no ensino superior, o que está ainda “bem abaixo da média de 50% da OCDE”.

Apesar de as qualificações académicas entre as gerações mais velhas serem bastante mais baixas em Portugal do que noutros estados da OCDE, o país recuperou nos últimos anos e registou o maior aumento na formação da população.

“Entre os cidadãos na faixa etária dos 55 aos 64 anos, apenas 23% atingiu o ensino secundário, mas a taxa sobe para 64% na faixa dos 24 aos 35 anos”, ainda assim abaixo da média da OCDE de 83%.

A OCDE nota que o nível de instrução é bastante desigual em Portugal. “Com 36 por cento, Portugal tem a segunda percentagem mais alta de população sem o 3.º ciclo, apenas atrás da Turquia” nesta tabela.

No entanto, 17% da população tem um grau de mestre no ensino superior, o que está bem acima da média da OCDE de 11%.

“O nível de instrução faz uma grande diferença no mercado de trabalho”, observam os relatores.

Apesar de o desemprego ser substancialmente mais elevado do que noutros países da OCDE, “diminui nitidamente para quem tem mais qualificações académicas”.

No capítulo dedicado às habilitações académicas e ao mercado de trabalho, os autores do estudo sublinham que, em 2014, a taxa de desemprego para a população entre os 25 e os 64 anos com formação inferior ao secundário foi de 14,8%, para os que concluíram este nível de ensino foi de 12,6% e situou-se nos 8,9% para os licenciados.

As médias correspondentes na OCDE foram de 12,8%, 7,7% e 5,1%, respetivamente.

 

Lusa

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