O líder do CDS-PP nos Açores, Artur Lima, acusou hoje o Governo da Região de “esquecer” e “desvalorizar” as fajãs da ilha de S. Jorge, que considera como um ex-líbris do arquipélago.
“O Roteiro Cultural dos Açores, editado em 2012, não fala das fajãs [de S. Jorge]”, frisou, em declarações à Lusa, acrescentando que o seu potencial turístico e de criação de emprego está “desaproveitado” por parte do Governo açoriano e da autarquia da Calheta.
De visita à ilha de S. Jorge, no âmbito do Congresso Regional da Juventude Popular dos Açores, que se realiza hoje e no sábado, Artur Lima reuniu-se esta tarde com o presidente da junta de freguesia da Ribeira Seca, concelho da Calheta, para se inteirar sobre a situação das fajãs, face aos estragos provocados pelo mau tempo dos últimos meses.
O líder regional centrista pretendia também encontrar-se com o presidente da câmara municipal da Calheta, mas por motivos de agenda do autarca não foi possível, tendo programadas para sábado visitas a várias fajãs de S. Jorge.
Na opinião de Artur Lima, o executivo regional deveria apoiar a produção de café, na Fajã de São João, considerando que permitiria “criar um dúzia ou duas de postos de trabalho”, com um produto que é considerado ‘gourmet’.
“As fajãs de S. Jorge são de uma beleza natural única e potencialmente criadoras de emprego na ilha”, salientou, alegando que “o empreendedorismo não se faz por decreto”.
Para o líder regional centrista, a fajã tem capacidade de aumentar a produção, de modo a ter “café suficiente para dar nome a S. Jorge e dar nome a um produto único nos Açores, como o chá que se produz em S. Miguel”.
Outro dos investimentos reivindicados por Artur Lima é a construção de uma “mini-hídrica”, que produzisse energia suficiente para a Fajã de Santo Cristo.
Por outro lado, lamentou que a obra de recuperação dos prejuízos provocados pelo mau tempo há um ano na Fajã dos Cubres, que dá acesso á do Santo Cristo, da responsabilidade do Governo Regional, esteja “parada”, lembrando que está quase a chegar o verão.
Artur Lima criticou ainda o “mau sentido estético” da obra de consolidação das encostas, feita “em betão” e acusou o Governo Regional e a autarquia da Calheta de não se entenderem no que diz respeito à manutenção das fajãs.
Lusa