Líder do PSD/Açores quer esclarecimentos sobre cortes salariais na SATA

O líder do PSD/Açores apelou esta quarta-feira a “um esforço de consenso” na SATA que acabe com a greve em curso, acrescentando ser também necessário esclarecer aspetos “nebulosos” relacionados com os cortes salariais na empresa em anos anteriores.
 

Duarte Freitas disse estar “muito preocupado” com os efeitos da greve convocada por cinco sindicatos da SATA para dois períodos: 22 a 25 de abril e 02 a 04 de maio, coincidindo com o rali dos Açores e as festas do Santo Cristo, “momentos altos” para a região em termos de atividade e económica e de atração de visitantes.

“Mais do que o bom senso das partes, era preciso um esforço de consenso (…). Infelizmente, as duas partes não chegaram a acordo. Espero que ainda possam chegar rapidamente, para que a greve chegue ao fim”, afirmou, durante um encontro com jornalistas na sede do partido, em Ponta Delgada, quando passam 100 dias desde que assumiu a liderança do PSD/Açores.

A greve foi convocada face à não aplicação na transportadora aérea regional do acordo que os mesmos sindicatos do setor assinaram com a administração da TAP e que evita os cortes salariais entre 3,5% e 10% previstos no Orçamento do Estado de 2013.

Os sindicatos dizem que há uma “discriminação” dos trabalhadores da SATA em relação aos da transportadora nacional.

Já o Governo dos Açores, que tutela a empresa, diz que na SATA só seria possível aplicar o acordo através de uma “ilegalidade”: violando a lei do Orçamento do Estado.

“Espero também que publicamente se consigam esclarecer um conjunto de coisas, porque ainda recentemente tivemos nota de que nos anos anteriores, pelos vistos, a SATA pagou aquilo que a TAP não pagou. Não estou seguro em relação a isso. Há aqui uma nebulosa ainda muito grande em relação a esta matéria”, disse Duarte Freitas aos jornalistas.

No entanto, acrescentou, “o que é certo é que aquilo que nos anos anteriores não foi questionado em termos de legalidade agora foi questionado”.

O presidente do maior partido da oposição nos Açores disse ainda, noutro momento da conversa com os jornalistas, a propósito de dívidas da administração regional aos fornecedores, que o Governo Regional deve à SATA 30 milhões de euros, segundo os relatório de contas da empresa, o que considerou ser também “importante”.

“Quando o Governo [dos Açores] deve à SATA 30 milhões de euros, também, certamente, não está a ajudar a SATA a ter boas condições financeiras e a encarar se calhar com outra facilidade algumas negociações que tem de fazer”, acrescentou.

Para Duarte Freitas, nesta greve “há prejuízos que já são irrecuperáveis”, reiterando por várias vezes o apelo a um acordo entre sindicatos e administração da SATA.

 

Lusa

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