Francisco Tavares, em declarações aos jornalistas à margem do Conselho Regional do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que hoje reuniu na Horta, afirmou que o processo será “demorado”, embora Portugal e os EUA já tenham chegado a acordo quanto à calendarização dos trabalhos.
Um relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) apresentado há cerca de um ano concluiu que a poluição por hidrocarbonetos estava localizada nos terrenos da Porta de Armas da base e junto aos tanques de armazenamento de combustível, em ambos os casos em aquíferos suspensos.
O estudo do LNEC, que envolveu 11.600 análises resultantes de 90 amostras de água retiradas em 54 pontos, resultou de notícias publicadas em 2009, baseadas em relatórios norte-americanos alegadamente confidenciais, que davam como poluída toda a zona circundante do perímetro das instalações militares, incluindo os aquíferos de abastecimento público de água, o que não se confirmou.
O calendário para a descontaminação estabelecido pelas autoridades de Portugal e dos EUA, segundo Francisco Tavares, determina que “a primeira fase da limpeza” deverá ocorrer entre “um a cinco anos”, mas a conclusão dos trabalhos poderá demorar entre “cinco a 15 anos”.
“Estes processos de remediação ambiental são muito longos devido à natureza do ecossistema e à complexidade do trabalho técnico que será feito”, afirmou, assegurando, no entanto, que a contaminação provocada pelos norte-americanos “não constitui risco para a saúde pública”, em particular para os habitantes do concelho da Praia da Vitória, onde a base aérea está instalada.
Nesta reunião do Conselho Regional do Ambiente, além da questão da descontaminação dos terrenos na Base das Lajes, foi também apresentado o relatório sobre o estado do ambiente nos Açores, que identifica os problemas ambientais da região.
Álamo Meneses, secretário regional do Ambiente, revelou que o estudo revela “bons indicadores”, salientando que os problemas ambientais identificados “são poucos e, na maior parte dos casos, têm uma solução relativamente fácil”.
“As questões mais complexas têm a ver com a qualidade da água, no caso de algumas lagoas, com o ordenamento do território e com a gestão dos resíduos, mas, mesmo assim, num contexto de um ambiente que apresenta uma excelente qualidade natural”, afirmou.
O Conselho Regional do Ambiente, que reúne as associações ambientais e os serviços do executivo ligados ao setor, analisou ainda o Plano de Gestão Hidrográfico dos Açores.
Lusa