O deputado açoriano Luís Paulo Alves intervindo ontem sobre a crise na União Europeia no decorrer dos trabalhos do plenário do Parlamento Europeu, em Bruxelas, considerou que esta “está a contagiar todos os Estados membros atingindo proporções até há bem pouco tempo inacreditáveis. Assistimos ao caos nos mercados financeiros e à crescente incapacidade de assegurar o financiamento essencial à actividade das nossas pequenas e médias empresas (PME), mesmo as que são saudáveis, levando-as ao desespero, à falência e ao desemprego”. Acrescentou ainda que esta situação “é uma espiral, que alimenta a recessão, e está a destruir a economia e a sociedade”. Para o deputado “ninguém nega a necessidade de rigorosa disciplina orçamental, de profundas reestruturações e de mais Governação Económica na União. Mas essas são condições necessárias, que no curto prazo, já não são suficientes para contrariar a degradação em curso na União. E se é verdade que são precisas politicas de estímulo ao emprego e ao crescimento, sem o qual nunca conseguiremos controlar as “dívidas soberanas”, a questão central imediata é hoje, a de garantir o financiamento das nossas empresas e das nossas economias, sem o qual o descalabro da União se precipitará”, referiu. “Por isso, primeiro que alterar os Tratados, precisamos da participação urgente e robusta do Banco Central Europeu. Só uma agenda ágil terá possibilidades de eficácia nas actuais circunstâncias”, concluiu Luís Paulo Alves.