Em contacto telefónico, Macron instou que Rohani pressione o regime de Bashar al-Assad a não realizar “ataques indiscriminados contra a população de Ghouta Oriental, permitindo o acesso humanitário e a transferência dos casos médicos críticos”, comunicou o Eliseu, em comunicado.
Os dois Presidentes assumiram “o seu acordo para trabalhar juntos de maneira operacional nos próximos dias, a fim de obter com a ONU, em conexão com o regime de Damasco e os principais envolvidos no conflito na Síria, resultados no terreno, realizar a ajuda necessária aos civis e tornar efetivo o cessar-fogo”.
O executivo francês sublinhou “a responsabilidade particular que incumbe ao Irão, devido às suas ligações com o regime sírio, na implementação da trégua humanitária prevista pela Resolução 2401 do Conselho de Segurança das Nações Unidas”.
O Eliseu precisou que Emmanuel Macron “fará um novo contacto com o homólogo iraniano sobre o avanço concreto desta questão”.
Apoiado por Moscovo, o regime do Presidente sírio nunca escondeu a intenção de tomar o poder do enclave rebelde de Ghouta Oriental, às portas de Damasco, no qual 400.000 civis vivem uma grave crise humanitária.
O regime sírio disse hoje ter “progredido em diversas frentes” no enclave rebelde, depois de 15 dias de bombardeamentos aéreos e de artilharia mortíferos, que continuam mesmo depois de o Conselho de Segurança das Nações Unidas ter aprovado um cessar-fogo diário de cinco horas.
As forças leais ao regime sírio conseguiram controlar mais de 25% do território de Ghouta oriental, junto a Damasco, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
As forças do regime estão agora a apenas três quilómetros de Douma, a grande cidade de Ghouta, disse aquela organização não- governamental.
Temendo esse avanço e sujeitos a ataques aéreos e artilharia do regime, apesar de uma trégua humanitária diária de cinco horas, centenas de civis fugiram para o enclave ocidental, informou o Observatório.
Desde 18 de fevereiro, Ghouta Oriental é alvo de ataques da aviação da Síria e da Rússia, que tiraram a vida a pelo menos 642 civis, de acordo com o Observatório.
Os civis têm-se refugiado em abrigos subterrâneos para fugir dos combates e bombardeios em Ghouta.
Lusa / Foto – direitos reservados