“Estávamos à espera que houvesse bastantes pessoas numa situação precária e que tivessem uma certa participação no movimento. Não estávamos à espera de um crescimento tão rápido”, disse à agência Lusa Paula Gil, da organização.
O movimento, que se afirma “apartidário, laico e pacífico”, protesta pelo direito ao emprego e à educação, pela melhoria das condições de trabalho e o fim da precariedade, pelo “reconhecimento das qualificações, competência e experiência, espelhado em contratos e salários dignos”.
“Foi um movimento espontâneo e cívico em que ambicionávamos criar um grupo de debate, uma certa concertação social que envolvesse políticos, empregadores, jovens, pessoas de mais idade, que neste momento se encontram em situação precária”, explicou Paula Gil.
Questionada de que forma a canção dos Deolinda “Parva Que Sou” inspirou este protesto, a responsável respondeu: “A canção veio trazer uma certa consciência à sociedade. Mas este movimento é fruto da frustração de muita gente”.
A iniciativa está marcada para a Avenida da Liberdade, em Lisboa, e Praça da Batalha, no Porto, mas a organização tem sido contactada “por muitas pessoas que pretendem desenvolver o protesto” noutras zonas do país.
É o que acontece, por exemplo, em Ponta Delgada, nos Açores, onde um grupo de cidadãos está a convocar uma ‘Manifestação da Geração à Rasca’ para o mesmo dia, nas Portas da Cidade.
“Estamos aqui para dar o nosso contributo no sentido de desencadear uma mudança qualitativa dos Açores e do país”, refere um comunicado dos promotores da iniciativa.
Nesse sentido, salientam que a manifestação pretende ser “um protesto para que todos os responsáveis pela actual situação de incerteza actuem em conjunto para uma alteração rápida desta realidade que se tornou insustentável”.
Na página do Facebook do movimento é pedido aos manifestantes que levem uma folha A4 com “o motivo da presença e uma solução”, para depois ser entregue na Assembleia da República.