“Foram 67 produtores nos Açores que reconverteram as suas explorações, o que significa que nos próximos tempos vamos ter uma oferta maior de carne de bovino nos Açores”, adiantou o titular da pasta da Agricultura nos Açores, António Ventura.
O governante falava, em declarações aos jornalistas, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, à margem da sessão de abertura da ‘masterclass’ “A nova era do consumo de carne e a arte do churrasco”, promovida pelo Centro de Estratégia Regional para a Carne dos Açores (CERCA).
Desde que o atual executivo açoriano, da coligação PSD/CDS-PP/PPM, tomou posse, em novembro de 2020, já foram abertos três períodos de candidaturas a apoios à reconversão do leite para a carne.
Os produtores de leite dos Açores têm apelado a um aumento do preço do litro de leite, alegando que a subida dos custos dos fatores de produção coloca dificuldades ao setor.
O secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural disse que o executivo está “a identificar nos Açores as zonas tradicionais onde se produzia o milho grão”, para “incentivar essa produção”, permitindo uma redução da dependência externa, na alimentação dos animais.
“Os Açores produziram, em 2021, nove hectares de milho grão e 13 mil hectares de milho silagem”, revelou.
António Ventura considerou que a produção de carne na região tem potencial de crescimento e “pode contribuir em muito para a recuperação da economia” açoriana, mas não deverá substituir o setor do leite.
“Cada um tem o seu espaço. A carne tem a sua afirmação e o leite tem a sua afirmação. Não há substituições. Aliás, nos Açores terão de surgir novas produções no âmbito da diversificação, para além da carne, do leite e hortícolas”, avançou, referindo, como exemplo, a fruticultura, a vitivinicultura e as culturas tropicais.
Lusa