Cerca de uma dezena de pessoas com deficiência experimentaram hoje praticar surf nos Açores, numa ação promovida pela SURFaddcit, uma associação portuguesa pioneira na Europa na prática do surf adaptado.
Criada há cerca de um ano, Associação Portuguesa de Surf Adaptado (SURFaddict) decidiu promover, pela primeira vez, a prática da “modalidade” nos Açores, depois de já ter realizado seis eventos semelhantes em Portugal continental.
“O balanço deste dia é positivo. Foi um evento bastante importante para demonstrar que a prática do surf não deve estar só exclusivamente no continente. Achamos que uma associação de âmbito nacional tem de chegar a todo o território”, disse Nuno Vitorino, presidente da associação.
O antigo nadador paralímpico, que ficou tetraplégico há 18 anos, acredita que o evento que decorreu na praia das Milícias, em Ponta Delgada, “pode ter lançado a semente” para ações futuras.
“Tentámos dar uma espécie de mini-formação através de atividade prática aqui no evento, para que, no futuro, deficientes e voluntários consigam fazer essa prática desportiva, estando ou não ligados à associação”, explicou.
Nuno Vitorino garante que, sempre que queiram, as pessoas com deficiência podem recorrer à associação, mas assegura que o objetivo da SURFaddict é mais ambicioso.
“Podem sempre recorrer a nós quando quiserem. Estaremos cá para os ajudar, mas o nosso grande objetivo é que as pessoas com deficiência possam surfar sem ter que depender do plano nacional, neste caso de nós”, afirmou.
Para a ação de hoje, a SURFaddcit contou com a ajuda de cerca de 30 voluntários, e com os apoios do Clube Naval de Ponta Delgada, da autarquia local e de diversas marcas e empresas.
Desde a sua criação, a SURFaddict realizou seis eventos em vários locais de Portugal continental, que, de acordo com Nuno Vitorino, “permitiram que cerca de 300 pessoas com deficiência praticassem surf, a maioria delas pela primeira vez”.
A associação pretende dinamizar a prática do surf entre as pessoas com deficiência, com o apoio das escolas de surf espalhadas pelo país.
“O nosso objetivo é levar o ‘know how’ às escolas de surf, recebendo em troca os voluntários e os meios materiais – pranchas e fatos – para que estas atividades consigam ter o seu sucesso”, explicou Nuno Vitorino, destacando a aposta nas “parcerias com escolas, instituições públicas e locais para que tudo seja gratuito” para os praticantes.
Lusa