Os Açores são cada vez mais procurados por turistas para observação de aves, que por esta altura do ano chega a atrair ao Corvo grupos de mais de tres dezenas de pessoas à procura de espécies raras.
“Em outubro, no Corvo, alojamento já só deve ser possível reservar para 2015, porque este ano está cheio de certeza e para o ano também, porque estamos a falar por vezes em grupos de 30 a 40 ‘birdwatchers’ e mais uns 30 a 40 nas Flores”, disse à agência Lusa Joaquim Teodósio, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).
Os Açores atraem muitos observadores de aves “com registos bastante interessantes”, afirmou Joaquim Teodósio, acrescentando que setembro e outubro são também meses em que muitas das ilhas “são percorridas por estes observadores de aves” mais aficionados.
Espécies como o Paínho-de-Monteiro ou o priolo só existem nos Açores, mas o arquipélago é também referência por ter grandes colónias de aves marinhas, como os cagarros ou garajaus.
De acordo com Joaquim Teodósio, o Centro Ambiental do Priolo recebe cerca de 3.000 visitantes por ano, metade dos quais turistas que se deslocam aos Açores para turismo de natureza, com uma compoente também de observação de aves, entusiasmados com as raridades que aqui podem ser encontradas.
“O Corvo e as Flores são ilhas que são muito famosas, cada vez mais, na Europa, por causa destas espécies acidentais americanas que ocorrem no inverno”, explicou.
Gerby Michielsen, proprietário da “primeira empresa especializada em observação de aves nos Açores”, salientou que as ilhas são conhecidas como destino de excelência para a observação de aves, revelando que o número de espécies observadas no arquipélago está perto das 400.
“Todos os anos encontramos aves que inclusive nunca foram vistas nos Açores ou até na Europa”, disse à Lusa Gerby Michielsen, que se assume também um apaixonado por esta atividade.
Gerby Michielsen frisou que os Açores estão no topo da Europa de espécies raras, indicando, por exemplo, que as Flores e o Corvo são ilhas para observação de Passeriformes (uma ordem da classe aves, conhecidos como pássaros ou passarinhos),enquanto que São Miguel, Terceira e Flores “são ilhas boas para observar patos” e Santa Maria “é também uma ilha excelente devido a raridades vindas da África e Europa”.
“Existem ainda as aves limícolas cujo melhor sítio da Europa para observar é a Terceira, e ainda Pico e São Miguel”, disse, explicando que o outono é a época das rotas migratórias, que “interessam muito mais às pessoas que estão à procura das raridades”.
O Corvo, por exemplo, “é uma ilha muito fácil para encontrar aves” e “está cheia de observadores no outono”, diz Gerby Michielsen, garantindo que todos os anos são descobertos fatores que aumentam o interesse pelos Açores.
O arquipélago “tem 30 espécies nidificadoras, mas devido à sua posição central no oceano Atlântico destaca-se pela observação de aves migradoras provenientes dos continentes americano e euroasiático”, acrescentou.
Lusa