O Deputado do CDS-PP Açores Paulo Rosa denunciou, esta segunda-feira, mais uma “trapalhada” no serviço público de transporte marítimo de passageiros inter-ilhas, desta feita com exigências de última hora feitas aos portadores do Cartão Interjovem nas ligações marítimas entre as Flores e o Corvo.
Em causa, segundo um Comunicado assinado pelo parlamentar centrista, está o facto de esta manhã “passageiros na ilha das Flores, munidos do Cartão Interjovem e com intenções de se deslocarem à vizinha ilha do Corvo, terem recebido a informação de que só poderiam fazê-lo mediante o pagamento integral do bilhete, ou seja dez Euros, vendo-lhes assim vedado um direito amplamente publicitado”.
Perante esta situação, no embarque para a lancha “Ariel” da Atlânticoline, o Deputado eleito pela ilha das Flores considera que foi “com espanto e com indignação” que assistiu a mais este episódio no que a este serviço diz respeito.
Isto porque, lembrou “como tem sido profusamente publicitado, a Atlânticoline, mediante a apresentação do Cartão Interjovem, proporciona aos jovens Açorianos a possibilidade de se deslocarem pelas nossas ilhas mediante o simbólico pagamento de um Euro”, algo que, à partida, frisou, “não contempla excepções”.
Para Paulo Rosa “sendo o nosso arquipélago constituído por nove ilhas, todas elas ligadas, com maiores ou menores constrangimentos, pelas três embarcações da Atlânticoline, é legítimo entender-se que a possibilidade de visitar qualquer das nossas parcelas territoriais por um Euro é factual”, ademais porque, sublinha “este entendimento é assente na informação prestada pelo site da supracitada empresa”.
Ora, em causa para o sucedido, esta manhã, no porto das Poças, em Santa Cruz das Flores, está o facto de se mudarem regras “a meio do jogo”. Isto é, acrescentou, “segundo a rede RIAC, que comercializa os bilhetes, essa determinação (cobrar os dez Euros das Flores para o Corvo) é da responsabilidade do Governo Regional que, assim, entendeu mudar as regras a meio do jogo”.
Perante mais este acontecimento, que deixou em terra alguns passageiros que se recusaram a embarcar, Paulo Rosa afirma que “é absurdo que se possam deslocar passageiros das Flores para Santa Maria a um Euro e das Flores para o Corvo a mesma empresa cobre dez vezes mais pelo bilhete. É totalmente inaceitável que se continuem a alimentar falsas expectativas através de publicidade enganosa. É totalmente inaceitável que se discrimine uma ilha no todo Regional através de uma medida extemporânea, que não foi devidamente fundamentada e explicada”.
Mas há mais, salienta: “É totalmente inaceitável que tal discriminação venha, uma vez mais, penalizar a mobilidade e obstar à promoção de uma ilha do Grupo Ocidental e que se venha depois falar em coesão. É ainda totalmente inaceitável que a Atlânticoline e o Governo Regional não tenham vindo a terreiro explicar as razões conducentes a esta medida de carácter discriminatório e penalizador para os passageiros atingidos e para a promoção do Grupo Ocidental”.
A rematar, o Deputado popular considera que “o Grupo Parlamentar do CDS-PP não pactua com este tipo de actuação em que se criam sistematicamente expectativas e depois se mudam as regras do jogo” e apontou este como “mais um exemplo de uma política circunstancialista de transporte de passageiros em que se navega ao sabor da maré”.
“São demasiados percalços em muito pouco tempo e, aparentemente, não há responsáveis nem lógica que resista a tanta trapalhada”, finalizou.