As autoridades da Malásia encontraram 19 valas na selva, na fronteira com a Tailândia, com os restos morais de pelo menos 24 pessoas, consideradas vítimas de tráfico humano, informa hoje a imprensa local.
A descoberta aconteceu na colina Wang Burma, perto de onde, em maio, foram encontradas mais de 100 sepulturas em campos clandestinos geridos por máfias, numa operação contra o tráfico de pessoas que desencadeou uma crise de refugiados na região.
A polícia malaia acredita que a má nutrição e os maus-tratos são a causa mais provável para a morte destes imigrantes, cujos restos mortais estavam enterrados a pouca profundidade.
“Tem chovido muito e a água pôs os corpos a descoberto. Não sabemos quanto tempo estiveram enterrados ou se este lugar foi um sítio de passagem”, disse o presidente do Conselho Nacional de Segurança, Shahidan Kassim, citado pelo jornal The Star.
Os corpos foram exumados por uma equipa forense da polícia e transportados para o hospital de Alor Setar, no estado de Kedah, no noroeste do país.
As autoridades acreditam que as vítimas são do Bangladesh ou rohingyas, uma minoria muçulmana perseguida na Birmânia, que tentavam viajar para a Malásia em busca de trabalho.
Em maio, uma campanha contra o tráfico humano no sul da Tailândia, país de passagem habitual utilizado pelas máfias, pôs a descoberto uma rede de campos clandestinos na fronteira com a Malásia e dezenas de valas comuns com os restos mortais de imigrantes ilegais.
Semanas mais tarde, as autoridades malaias encontraram, a poucos metros do seu lado da fronteira, outras 139 valas e 28 campos também abandonados por traficantes.
Esta operação deixou milhares de imigrantes abandonados em barcos no golfo de Bengala, até que puderam desembarcar na Indonésia, Malásia ou regressar à Birmânia, país de onde vinham a maioria das embarcações.
Lusa