“Como cidadão, confio no vosso espírito de cidadania. Como Presidente da República, confio no vosso amor à terra, seja ela natal ou adotiva, que o mesmo é dizer: confio no vosso amor a Portugal”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa, numa comunicação a propósito das eleições autárquicas de domingo, divulgada hoje na televisão e na rádio.
Na habitual mensagem presidencial transmitida em véspera de atos eleitorais, o chefe de Estado salientou o caráter local destas eleições, e separou-as de outras escolhas políticas: “Não se trata de escolher um Presidente da República, um parlamento nacional, um Parlamento Europeu, um Governo, um líder partidário”.
“Trata-se, antes, de legitimar os que irão governar as vossas terras, as vossas freguesias, os vossos municípios nos próximos quatro anos. E legitimar significa votar amanhã”, contrapôs, dirigindo-se aos eleitores.
Marcelo Rebelo de Sousa acentuou que os eleitos para as assembleias de freguesia, as juntas de freguesia, as assembleias municipais e as câmaras municipais são aqueles que “todos os dias mais próximos se encontram do povo e dos seus problemas concretos”.
“Nestas fases eleitorais haverá sempre quem aponte o entrecruzar de temas nacionais e locais, as personalizações excessivas, o cansaço de alguns relativamente a alguma política e alguns políticos”, referiu, acrescentando: “Mas é um erro generalizar juízos num período eleitoral que, genericamente, decorreu com sentido cívico”.
O chefe de Estado reiterou a ideia, que tem defendido em intervenções públicas, de que o poder local constitui “um dos fusíveis de segurança” da democracia portuguesa.
“Sem ele, como seria a resposta a necessidades básicas dos portugueses, quer em tempos normais, quer, e sobretudo, em períodos particularmente exigentes?”, questionou.
Neste contexto, dramatizou as consequências da abstenção nas eleições deste domingo.
“Depois de tantos e tão difíceis anos de crise e até de tragédias comunitárias, como os que temos vivido, nós sabemos todos que não votar em eleições locais pode representar uma omissão incompreensível ou um descuido imperdoável, e, o que é pior, de efeitos largamente incorrigíveis”, considerou.
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