“Uma dotação de 3,8 por cento do PIB para a educação é a impossibilidade do país, que tem importantes défices do ponto de vista do sucesso e do abandono escolar e que tem um 12.º ano para ser obrigatório, cumprir essas metas”, afirmou Mário Nogueira em declarações aos jornalistas.
Mário Nogueira, que manifestou “grande preocupação com o futuro”, assegurou que a Fenprof “tudo fará para que a educação no país possa ser cada vez melhor, as escolas possam funcionar cada vez melhor e os professores possam ser respeitados como merecem”.
O líder da Fenprof falava no final de uma audiência com o presidente do Governo dos Açores, Carlos César, a quem transmitiu as preocupações dos docentes do arquipélago, discutidas num plenário que reuniu em Ponta Delgada “mais de 500 professores”.
Mário Nogueira admitiu que existem “especificidades” da educação nos Açores que permitem “preservar alguns bens da escola pública portuguesa”, mas defendeu a necessidade de sensibilizar os responsáveis regionais para que sejam “criadas condições para que a escola pública possa continuar a ser uma realidade forte” nos Açores.
“Ainda mais no momento de crise que o país atravessa, em que só a escola pública pode dar a resposta de qualidade que todos merecem”, acrescentou.
Para Mário Nogueira, “percebe-se que há um esforço para preservar (nos Açores) alguns aspetos relativamente a mudanças impostas de fora, nomeadamente ao nível curricular, da gestão e dos concursos”.
Nesse sentido, considerou que a educação nos Açores “ainda não atingiu o céu, mas também não está no inferno, está no purgatório”.