A Secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo alertou para a necessidade de uma maior participação e uma “ação ainda mais consequente” no que diz respeito às questões ambientais, o que implica “estarmos preparados para uma mudança de hábitos que não pode tardar em ser mais visível e mais presente na vida de cada um de nós”.
Marta Guerreiro, que falava quarta-feira, Dia Mundial do Ambiente, no Faial, no âmbito da primeira edição dos prémios ‘Espírito Verde’, deixou um apelo a todos os cidadãos pelas “preocupações com o consumo dos plásticos”, pelo “evitar um modo de vida com base no descartável”, pela “correta separação de resíduos”, pela incorporação de um estilo de vida com base na economia circular, pela “adoção de transportes amigos do ambiente”, como os veículos elétricos, pela opção do consumo biológico na alimentação e produtos utilizados diariamente, mas também pela educação das crianças “com este espírito crítico e exigente pelo futuro”.
“São tantas as possibilidades ao nosso alcance, enquanto cidadãos, de transformarmos a sustentabilidade de utopia em atitude, criando um espírito verde, agregador de todas as ilhas e setores de atividade”, frisou a titular da pasta do Ambiente.
Marta Guerreiro ressalvou o facto de ser “inegável” que as questões ambientais e as boas práticas associadas são temas “emergentes, encarados por todos com real importância, o que faz com que estejam na ordem do dia das agendas locais, regionais, nacionais e internacionais, dos mais novos aos mais velhos, do campo pessoal ao coletivo”.
“Temos orgulho em liderar estas questões, elevando, diariamente, os padrões de qualidade ambiental dos Açores”, salientou.
Na sua intervenção, a governante destacou o caminho trilhado pelo Governo dos Açores na definição de um futuro coletivo, baseado “na conciliação de boas práticas ambientais com o progresso e a qualidade de vida dos Açorianos”.
“Somos uma Região que já valoriza mais de metade dos resíduos urbanos que produz e onde o conceito de economia circular assume efetivo significado quando sete das nove ilhas dos Açores apresentam taxas de valorização material e orgânica acima dos 80%, ou quando as ilhas das Flores, Corvo, Faial e Santa Maria se destacam pelo ‘aterro zero’, isto é, por assegurem a valorização da totalidade dos respetivos resíduos urbanos”, frisou.
A Secretária Regional apontou ainda o facto de os Açores produzirem “cerca de 40% de energia a partir de fontes renováveis” ou serem a “única região do país que atribuiu ao seu programa para as alterações climáticas a natureza de instrumento de gestão territorial, tornando-o vinculativo para todas as entidades públicas”.
“Somos uma Região que concebeu e implementou, com manifesto sucesso, um modelo integrado de gestão das zonas fulcrais para a conservação da natureza, assente no conceito de Parque Natural de Ilha, que hoje abrange 124 áreas protegidas, com uma área total superior a 180 mil hectares, dos quais 56 mil de área terrestre, isto é, 24% do território emerso do arquipélago”, afirmou Marta Guerreiro, dando nota também da “ampla e importante rede de centros de visitação e interpretação ambiental, composta por mais de duas dezenas de espaços, distribuídos por todas as ilhas”.
A Secretária Regional adiantou ainda que os Açores “são a única região de Portugal que, até ao momento, concebeu e está já a executar um projeto integrado financiado no âmbito do Programa para o Ambiente e a Ação Climática da União Europeia”, destacando também o projeto LIFE Azores Natura, já em implementação, como “o maior e mais abrangente projeto de conservação da natureza alguma vez concebido para o arquipélago, com um investimento direto de 19,1 milhões de euros”.