O secretário regional do Ambiente, que falava numa reunião do Conselho de Ilha realizada no âmbito da visita estatutária que o Governo dos Açores está a realizar a Santa Maria, frisou, no entanto, que “a dimensão desta massa de terra faz com que não exista tecnologia nem meios para a impedir de se mover”, defendendo que seja impedida qualquer nova construção naquela zona da Maia, onde ocorreu o fenómeno.
A massa de terra começou a deslizar em finais de março de 2010, num movimento provocado pela elevada precipitação ocorrida nos meses anteriores na ilha de Santa Maria.
O deslizamento foi originado pela água que se infiltrou nos terrenos e atingiu zonas mais profundas, permitindo que a argila que ali se encontrava funcionasse como uma passadeira que ia escorregando.
Este deslizamento provocou danos estruturais irreparáveis numa dezena de casas, das quais apenas uma era habitada em permanência, tendo os moradores sido realojados.
As redes de distribuição de água e eletricidade também foram afetadas por este movimento de terras, que originou ainda o encerramento de caminhos pedestres e o corte de um pequeno troço de estrada municipal, situações entretanto normalizadas.
Nos primeiros dias, o deslizamento era visível a olho nu, mas a situação foi depois evoluindo favoravelmente, culminando agora com a imobilização daquela enorme massa de terra.
Os especialistas sempre admitiram que não havia nada que se pudesse fazer para travar o movimento, mas apenas tentar compreender o que se estava a passar, tendo sido decidido montar um sistema de monitorização, que inclui a recolha de dados meteorológicos e uma rede de observação por GPS que permite um elevado rigor de medição.
Lusa