“Há um contrato social, que tem a ver com o facto de o Estado proporcionar serviços públicos universais, no domínio da Educação e da Saúde”, recordou Medeiros Ferreira, acrescentando que, na altura em que esses serviços forem retirados, “o contrato social pode desfazer-se” e originar um período de “confrontação social”.
O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu que o PS/Açores “é o melhor partido do país”, porque mantém os apoios sociais às famílias e às empresas, mesmo quando no continente o Governo de Passos Coelho (PSD/CDS-PP) agrava o custo de vida dos portugueses.
Numa longa intervenção, aplaudida de pé por todo o congresso, Medeiros Ferreira disse que ainda hoje, já reformado, continua a olhar para o recibo de vencimento para saber se o Estado lhe voltou a cortar benefícios.
“Se eu fosse Presidente da República, optaria por receber o vencimento”, disse o comentador político, numa alusão à reforma de Cavaco Silva, perante os risos e aplausos dos congressistas socialistas.
No seu entender, faria mais sentido que Cavaco Silva “recebesse pela função que exerce” e só optasse pela reforma quando deixasse de exercer o cargo.
Medeiros Ferreira destacou também que o PS/Açores tem sido uma “grande escola de governantes e administradores” e disse esperar que Carlos César, ex-presidente do Governo Regional e ex-líder do partido no arquipélago, venha a ser “um grande governante em Portugal”.
A alusão do comentador ao futuro político de Carlos César – já referida na sexta-feira pelo presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, no primeiro dia do congresso – não mereceu, no entanto, qualquer comentário do ex-governante açoriano, que, confrontado pelos jornalistas, se escusou a falar de uma possível carreira nacional.
O Congresso Regional do PS/Açores, que termina no domingo, juntou 272 congressistas para a confirmação de Vasco Cordeiro como novo líder do partido.
Lusa