“O Hospital de Angra do Heroísmo vai começar [com a introdução da unidose] no dia 1 fevereiro porque há um atraso decorrente da atualização de ‘software’, e, por enquanto, não há data para o Hospital da Horta”, afirmou Miguel Correia, secretário regional da Saúde.
O governante falava aos jornalistas à margem de uma visita ao Hospital de Ponta Delgada que assinalou o início da aplicação deste sistema de venda de medicamentos.
Para Miguel Correia, a unidose é “uma fonte de receita”, que resultará na poupança das comparticipações de medicamentos que o hospital paga, mas também é uma forma de promover a poupança, já que há medicamentos comparticipados que não chegam a ser tomados pelas pessoas e que são fornecidos em quantidades excessivas.
A partir de hoje apenas os utentes das urgências podem aviar as receitas na farmácia do Hospital de Ponta Delgada, mas a venda em unidose será proximamente alargada também aos utentes das consultas externas.
Miguel Correia frisou que a unidose funciona para já apenas para as receitas hospitalares, mas considerou que as farmácias deveriam seguir o exemplo.
“Eu creio que as farmácias vão ter que aderir à unidose, as farmácias vivem muito da prescrição dos doentes crónicos e há uma componente dentro da unidose que é da dose unitária, ou seja, da dose diária de toma para esses doentes, pelo que é de todo o interesse das farmácias começarem esse processo”, afirmou.
O secretário regional da Saúde assegurou ainda que, até 18 de janeiro, ficam liquidadas todas as dívidas dos centros de saúde aos laboratórios e fornecedores de medicamentos.
“Nós vamos pagar 18 milhões de euros de dívidas a fornecedores”, afirmou Miguel Correia, acrescentando que “todo o mercado do setor da saúde sentirá o efeito deste reforço”, afirmou.
As dívidas do governo aos fornecedores de medicamentos estão a provocar problemas financeiros em várias empresas e têm sido motivo de denúncia por parte de vários partidos políticos, tendo o próprio presidente do Governo Regional, Carlos César, admitido que se trata de um “calcanhar de Aquiles” do executivo.
Relativamente aos hospitais dos Açores, Miguel Correia afirmou que as dívidas aos fornecedores serão resolvidas até meados deste mês, estando a SAUDAÇOR a negociar os contratos-programa com os três hospitais da Região.
Por outro lado, Miguel Correia revelou que as taxas moderadoras permitiram uma receita de um milhão de euros nos primeiros seis meses de aplicação nos Açores, assegurando que não estão previstos aumentos.
“Nós não pretendemos aumentar o valor das taxas moderadoras, só em último caso é que faremos um aumento”, afirmou, acrescentando que o executivo açoriano “não vai seguir para já o aumento decretado a nível nacional” e fará uma avaliação posterior desta medida para perceber se “é ou não viável financeiramente”.
Lusa