Segundo Luís Metelo, que falava esta terça-feira em Ponta Delgada na apresentação deste projecto, três anos depois do início da actividade, a exportação de isótopos deverá garantir “um terço da facturação”.
A unidade de produção e distribuição de isótopos emissores de protões vai ser construída em Angra do Heroísmo e, além de produzir para exportação, será também responsável pelo abastecimento dos dois centros de diagnóstico por imagem que serão criados em Angra do Heroísmo e em Ponta Delgada.
“Vamos disponibilizar a mais moderna medicina nuclear”, assegurou Luís Metelo, salientando que “a ligação que será mantida à investigação permitirá estar sempre na crista da onda”.
Nesse sentido, frisou que a ISOPOR/Açores “disponibilizará uma tecnologia que não existe actualmente nos Açores, permitindo um diagnóstico mais precoce ao nível molecular, ainda antes da patologia provocar alterações morfológicas”.
Em causa está a Tomografia Computadorizada por Emissão de Fotão Único e a Tomografia por Emissão de Positrões, cuja existência nos Açores evitará a deslocação de doentes ao continente para diagnóstico.
Segundo Luís Metelo, a unidade assistencial de Ponta Delgada, que deverá ser criada em terrenos do hospital local, deverá estar a funcionar num prazo de seis meses, mas apenas com medicina nuclear clássica.
Em simultâneo com a produção e exportação de isótopos e a assistência aos utentes, a “investigação por encomenda” será a terceira vertente deste projecto, especialmente vocacionada para a indústria em áreas como a farmacêutica, a cosmética ou a alimentar.
“Estou convicto que a ISOPOR/Açores será um pólo de excelência no desenvolvimento do conhecimento em Medicina Nuclear”, afirmou Vítor Santos, presidente do Instituto Politécnico do Porto (IPP), de onde é originária a ISOPOR.
Por seu lado, o presidente da Agência para a Promoção do Investimento dos Açores (APIA), Gualter Couto, salientou o “potencial” deste projecto enquanto “agente catalisador de desenvolvimento”, frisando que permitirá introduzir no arquipélago “tecnologia de ponta que não encontra paralelismo no país”.