Medicina nuclear chega aos Açores

medicina-nuclearUm projecto inovador na área da Medicina Nuclear vai ser desenvolvido nos Açores, num investimento de 17 milhões de euros que inclui uma fábrica de isótopos que cobrirá as necessidades locais e estará também vocacionada para a exportação.
“Os Açores têm uma posição privilegiada para atacar o mercado dos EUA”, afirmou Luís Metelo, presidente da ISOPOR, admitindo que a exportação é um dos factores importantes para garantir a viabilidade económica da futura ISOPOR/Açores, empresa que deverá ter 40 por cento de capital local.

Segundo Luís Metelo, que falava esta terça-feira em Ponta Delgada na apresentação deste projecto, três anos depois do início da actividade, a exportação de isótopos deverá garantir “um terço da facturação”.

A unidade de produção e distribuição de isótopos emissores de protões vai ser construída em Angra do Heroísmo e, além de produzir para exportação, será também responsável pelo abastecimento dos dois centros de diagnóstico por imagem que serão criados em Angra do Heroísmo e em Ponta Delgada.

“Vamos disponibilizar a mais moderna medicina nuclear”, assegurou Luís Metelo, salientando que “a ligação que será mantida à investigação permitirá estar sempre na crista da onda”.

Nesse sentido, frisou que a ISOPOR/Açores “disponibilizará uma tecnologia que não existe actualmente nos Açores, permitindo um diagnóstico mais precoce ao nível molecular, ainda antes da patologia provocar alterações morfológicas”.

Em causa está a Tomografia Computadorizada por Emissão de Fotão Único e a Tomografia por Emissão de Positrões, cuja existência nos Açores evitará a deslocação de doentes ao continente para diagnóstico.

Segundo Luís Metelo, a unidade assistencial de Ponta Delgada, que deverá ser criada em terrenos do hospital local, deverá estar a funcionar num prazo de seis meses, mas apenas com medicina nuclear clássica.

A tecnologia mais avançada apenas estará disponível quando estiver a funcionar a fábrica de isótopos que será construída em Angra do Heroísmo, estimando Luís Metelo que possa ocorrer num prazo de 18 meses.

Em simultâneo com a produção e exportação de isótopos e a assistência aos utentes, a “investigação por encomenda” será a terceira vertente deste projecto, especialmente vocacionada para a indústria em áreas como a farmacêutica, a cosmética ou a alimentar.

“Estou convicto que a ISOPOR/Açores será um pólo de excelência no desenvolvimento do conhecimento em Medicina Nuclear”, afirmou Vítor Santos, presidente do Instituto Politécnico do Porto (IPP), de onde é originária a ISOPOR.

Por seu lado, o presidente da Agência para a Promoção do Investimento dos Açores (APIA), Gualter Couto, salientou o “potencial” deste projecto enquanto “agente catalisador de desenvolvimento”, frisando que permitirá introduzir no arquipélago “tecnologia de ponta que não encontra paralelismo no país”.

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