Médico alemão admite produzir em laboratório mutação genética que trata HIV

O médico alemão que diz ter curado um paciente com HIV afirmou que é possível imitar, em laboratório, uma mutação genética que bloqueia a proteína CCR5, responsável pela entrada do vírus nas células de defesa do organismo.
“É possível produzir artificialmente a CCR5 – e já foi feito e testado”, disse, em entrevista à Lusa, Gero Huetter, o médico que curou o executivo americano Timothy Brown, 43 anos, do vírus HIV através de um transplante de medula óssea especial, cujo doador da medula possuía uma mutação rara, que eliminava das suas células a proteína CCR5.

Timothy Brown é provavelmente o primeiro paciente do mundo a ficar curado do vírus da sida através de uma terapia médica e há “quatro anos e meio” que não tem quaisquer sinais da doença, referiu Huetter.

À margem do VI Young European Scientist Meeting (YES Meeting), evento científico que arrancou hoje no Porto e é promovido por estudantes da Faculdade de Medicina, o médico e investigador Gero Huetter adiantou à Lusa que “há diferentes tipos de técnicas que se podem usar para bloquear a proteína CCR5”.

“Vou apresentar as principais técnicas que já foram utilizadas”, acrescentou o especialista em hematologia, referindo que apesar de ainda ser cedo para “anunciar decisões finais”, esta terapia “funciona bem” e traz “esperança” para que, no mínimo, se melhore o tratamento da infecção do HIV.

Gero Huetter participa hoje numa sessão multidisciplinar sobre medula óssea, cujo objectivo é apresentar uma das novidades mais recentes na área do HIV e dar um exemplo de aplicações de conhecimento de medicina molecular no tratamento de doenças.

O encontro YES continua no sábado, destacando-se a participação do cirurgião norte-americano Robert A. Montgomery, reconhecido internacionalmente, e que vai falar sobre cirurgia por orifícios naturais, e de uma das suas aplicações na transplantação renal.

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