“A Saúde nos Açores não está bem”. Eduardo Pacheco, do Conselho dos Açores da Ordem dos Médicos, resumia deste modo, logo a abrir a longa conferência de imprensa, a análise dos médicos às políticas de saúde da Região.
Para os médicos açorianos, mantêm-se “indefinições e falhas conceptuais em aspectos básicos e determinantes para o bom funcionamento do sector”. E, desde logo, porque o Estatuto do Serviço Regional de Saúde, com dez anos de existência, “foi abandonado pelo Governo”, tendo-se criado uma “prolongada indefinição” com “repercussões negativas no trabalho dos médicos”, e uma “inevitável redução da oferta e da qualidade de cuidados de saúde disponibilizados às populações”.
O Conselho Médico desafia por isso o Governo a terminar com a indefinição e decidir: aplicar o actual o Estatuto tal como está, corrigir as suas falhas ou criar um novo Estatuto.
“A gestão em saúde deve ser feita com planos estratégicos e planos operacionais e não com medidas avulsas, pouco eficazes que saem mais caras à Região”, chamou ontem à atenção Cristina Fraga.
É altura de deixar “as habituais declarações de boas intenções” e adoptar um verdadeiro planeamento regional, assim como , em matéria de legislação é atempo de regressar às “verdadeiras bases do sistema”, tendo em conta que a legislação produzida tem sido de cariz administrativo, estando cada vez mais alheados das decisões sobre o sector da Saúde os técnicos, alertou Eduardo Pacheco. A este propósito, diz o Conselho Médico dos Açores que a Ordem dos Médicos tem sido posta de parte, apesar de tentar dialogar com os responsáveis pelo sector.
Numa reunião em Dezembro de 2008, foi entregue um memorando e proposta a realização de reuniões com uma periodicidade bimensal, mas até hoje, não houve retorno das suas sugestões. Isto quando “há uma série de problemas muito grandes que todos sabemos que existem e que temos a impressão que não estão a ser resolvidos”, disse Jorge Santos.
Paula Gouveia (in AO)