Hoje é a vez de estarem em greve os médicos das Regiões Autónomas e do Sul, abrangendo Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve. Este dia de greve ocorre depois de outra jornada de paralisação no Norte há cerca de duas semanas.
Na região centro esteve previsto um dia de greve na semana passada, que foi suspensa pelos dois sindicatos médicos por causa dos incêndios naquela zona do país, que provocaram pelo menos 45 mortos.
Para dia 8 de novembro está previsto um dia de greve nacional. Mas, entretanto, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) apelou já à participação dos médicos na greve nacional da administração pública, marcada para sexta-feira, tendo em conta a “presente situação de impasse negocial”.
Os médicos reclamam a redução de 18 para 12 horas semanais dos turnos nos serviços de urgência, bem como a diminuição dos utentes por médico de família de 1.900 para 1.500 pessoas.
A greve foi convocada pelos dois sindicatos médicos — Sindicato Independente dos Médicos e Federação Nacional dos Médicos.
Os sindicatos queixam-se de que estão há um ano em “reuniões infrutíferas” com o Governo.
Numa das últimas reuniões, o Ministério da Saúde anunciou ter sido acordada uma das reivindicações iniciais: a redução de 200 para 150 horas anuais obrigatórias de trabalho suplementar.
Os sindicalistas lembram que o atual Ministério “é o que quer pôr os médicos mais velhos a fazer urgência”, “quer pôr os médicos mais novos a pagar para saírem do Serviço Nacional de Saúde no fim do internato” e que “não abre o concurso para recém-especialistas hospitalares”.
A greve dos médicos deve afetar sobretudo consultas e cirurgias. Os serviços mínimos estão garantidos e abrangem urgências, tratamentos oncológicos ou cuidados intensivos.
Lusa