Meio milhar fez mais do que um em 2011 e oito já tinham feito mais de dez

Perto de 500 mulheres realizaram em 2011 mais do que uma interrupção da gravidez e oito já tinham realizado mais de dez abortos anteriormente, de acordo com o relatório da Direção Geral de Saúde (DGS).

O documento com o registo das Interrupções da Gravidez (IG) em 2001, hoje disponibilizado pela DGS no seu site, revela que nesse período foram realizadas 20.290, das quais 97 por cento (%) por opção da mulher até às dez semanas.

Das mulheres que realizaram uma IG em 2011, 74,1% nunca tinha realizado um aborto anteriormente, 20,4% tinham realizado uma, 4,2% tinham feito duas e 1,3% já tinham feito três ou mais no decorrer da sua idade fértil.

Das IG realizadas no ano passado, 464 (2,3%) referiam-se a mulheres que já tinham realizado um aborto em 2011.

O documento indica ainda que sete das mulheres que realizam IG em 2011 tinham feito seis abortos anteriores, três tinham realizado sete, três fizeram oito e oito mulheres já se tinham submetido a mais de dez intervenções do género.

Em relação à idade da mulher, as classes em que se verificaram mais IG correspondem aos intervalos 20-24 anos (22,6%), 25-29 anos (21,8%) e 30-34 anos (20,5%).

A IG em mulheres com menos de 20 anos mantém uma tendência decrescente (11,7% em 2011 e 12,1% em 2010), o que se deveu à diminuição de casos no grupo das menores de 15 anos. Ainda assim, 82 mulheres que interromperam a gravidez no ano passado tinham menos de 15 anos.

Os autores do documento identificaram uma alteração na distribuição das mulheres no que respeita à sua situação laboral, registando um aumento relativamente a anos anteriores nos grupos das desempregadas (19,4%) e das ‘Agricultoras, Operárias, Artífices e outras Trabalhadoras Qualificadas (19%).

Sobre os companheiros destas mulheres, desconhecia-se a sua situação laboral em 31,4% dos casos.

No período em análise, mais de metade (51,8%) das mulheres que efetuaram uma IG até às 10 semanas de gestação, por opção, referiram ter um a dois filhos e 40% disseram não ter filhos.

A maioria das IG (66,9%) por opção da mulher foi feita em unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o que “constitui uma diminuição de cerca de 2,6% relativamente a 2010”, refere o relatório.

Nas IG realizadas em instituições do SNS, “48% decorreu de acesso direto das mulheres à consulta hospitalar (iniciativa própria), 38,3% teve uma referenciação prévia dos cuidados de saúde primários (encaminhamento do centro de saúde) e 5,7% decorreu de encaminhamento de outras unidades hospitalares públicas”.

Em relação às unidades privadas, “45,4% das mulheres foram encaminhadas por unidades hospitalares públicas, 32% [foram encaminhadas] a partir dos cuidados de saúde primários e 21,3% procurou estas unidades por iniciativa própria e não ao abrigo de encaminhamento do SNS”.

As IG são maioritariamente realizadas recorrendo a medicamentos (65%), mas de forma diferente consoante a unidade de saúde seja pública ou privada.

Nas unidades do SNS, a grande maioria das interrupções (96%) são realizadas utilizando medicamentos, enquanto a quase totalidade das unidades privadas (98%) opta pelo método cirúrgico.

 

Lusa

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