A chanceler alemã, Angela Merkel, instou, no domingo, os países da União Europeia a manterem-se unidos e a tomarem as rédeas do seu destino, considerando que já lá vai o tempo em que se podia confiar totalmente nos aliados.
“O tempo em que podíamos contar totalmente uns com os outros acabaram em certa medida. Verifiquei isso nos últimos dias”, afirmou Angela Merkel, no domingo, durante um comício em Munique, numa declaração que tem lugar após as cimeiras da NATO e do G7.
“É por isso a única coisa que posso dizer é que nós, os europeus, temos de tomar as rédeas do nosso destino”, sublinhou.
Merkel enfatizou, por outro lado, a necessidade de se continuar a manter relações de amizade com os Estados Unidos e com o Reino Unido e também destacou a importância de ser bom vizinho, “na medida do possível, incluindo com a Rússia, mas também com outros” países.
“No entanto, precisamos de saber que temos de ser nós a lutar pelo nosso próprio futuro, pelo nosso destino, como europeus”, realçou.
Angela Merkel falava no rescaldo da cimeira do G7 (Alemanha, França, Itália, Japão, Canadá, Estados Unidos e Reino Unido), realizada em Taormina, na Itália, na qual os dirigentes reconheceram a incapacidade para encontrar um terreno de entendimento com os Estados Unidos sobre o combate às alterações climáticas.
Isto porque o Presidente norte-americano, Donald Trump, que tinha advertido antes o G7 de que não determinaria a sua posição senão após esta cimeira, não mudou de posição apesar das insistências dos outros seis dirigentes a favor do acordo de Paris.
“Tomarei a minha decisão final sobre o Acordo de Paris na próxima semana”, escreveu Trump no sábado, no Twitter, sem avançar mais detalhes.
Na sua declaração final no final da reunião em Taormina, os líderes de Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, assim como da União Europeia, reconheceram a necessidade de esperar pela decisão de Washington.
Durante a campanha eleitoral, Trump criticou duramente o Acordo de Paris e as alterações climáticas, um fenómeno que chegou a designar de “invenção” dos chineses e já como Presidente iniciou um processo para rever a posição de Washington no acordo.
Lusa