O novo navio da frota da Atlânticoline foi já lançado à água, no desenvolvimento normal do seu processo de construção, seguindo-se agora os acabamentos de equipamentos, máquinas e interiores, o aprestamento final, provas de mar e certificações, e posterior entrega do navio na Horta.
Tendo características muito semelhantes ao “Gilberto Mariano”, igualmente, construído pelos Astilleros Armon, o novo navio tem 41,2 metros de comprimento, ou seja, mais 120 centímetros que os navios de 40 metros e é o substituto do navio “Mestre Simão” que encalhou na Madalena do Pico.
Por esse motivo, foi decidido preservar o nome de “Mestre Simão” para o navio malogrado e atribuir o nome de “Mestre Jaime Feijó” ao novo equipamento da Atlânticoline.
A atribuição desse nome, à semelhança do que acontecia com o “Mestre Simão”, pretende ser uma homenagem a uma das figuras de referência do quotidiano do transporte marítimo entre as ilhas do Faial e Pico, neste caso, também natural da ilha do Faial, e vem juntar-se ao “Gilberto Mariano”.
Mestre Jaime da Rosa Lopes (Mestre Feijó), nasceu na freguesia das Angústias, no Faial, a 2 de janeiro de 1928, e destacou-se no desempenho de profissões marítimas e portuárias tendo sido estivador, baleeiro, contramestre e mestre de tráfego local.
Recorde-se que Jaime da Rosa Lopes foi Mestre da lancha baleeira “Walkiria” e, em 1964,
ingressou na Empresa das Lanchas do Pico, primeiro como contramestre e depois como Mestre.
Exímio navegador, conhecia como ninguém as embarcações “Calheta”, “Velas” e “Espalamaca”, bem como os portos, os canais, as marés e os ventos nas ilhas.
A coragem do Mestre Feijó foi muitas vezes testada pela necessidade de evacuação urgente de doentes em situações de muito mau tempo.
Para além da sua competência e coragem, ganhou a afeição dos muitos passageiros que
transportava, pela facilidade no trato com que com eles lidava.
O Mestre Jaime Feijó foi publicamente homenageado por diversas vezes, no Faial e no Pico,
destacando-se a sua imortalização na toponímia da cidade da Horta, com a nomeação de uma rua em sua homenagem. Foi ainda agraciado com a Medalha da Ordem de Mérito em 1989, pelo então presidente da República Dr. Mário Soares.
Faleceu na Horta, a 12 de outubro de 1998.
O navio “Mestre Jaime Feijó” terá capacidade para transportar 333 passageiros e 15 viaturas, duas das quais com peso bruto até 5,5 toneladas.
Foto – cantabricshipping