As festas Sanjoaninas, que atraem todos os anos milhares de pessoas a Angra do Heroísmo, nos Açores, arrancam na sexta-feira, prolongando-se por 10 dias, com desfiles, espetáculos musicais, gastronomia, exposições, artesanato, desporto, tradições e touradas.
“As Sanjoaninas são as maiores festas profanas dos Açores, são 10 dias de uma autêntica animação, em que nós temos um pouquinho de tudo”, salientou, em declarações à Lusa, Ricardo Matias, presidente da comissão das festas, composta por voluntários.
Com um orçamento de 550 mil euros, dos quais 250 mil foram comparticipados pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, as festas concelhias em honra de São João apostaram este ano na promoção junto das comunidades emigrantes, nos Estados Unidos, Canadá e Brasil, havendo já algumas unidades hoteleiras com lotação esgotada.
“Achámos que era o ano em que devíamos dar um reconhecimento especial às nossas comunidades”, realçou o presidente da comissão das Sanjoaninas, alegando que nas comunidades as pessoas “reproduzem também e por vezes com pormenor” as tradições da ilha.
Segundo Ricardo Matias, o tema das Sanjoaninas 2013, ‘Mar de Emoções’, que apela a tudo o que a ilha Terceira tem para oferecer, desde as paisagens, passando pelo clima, pela gastronomia e pelas festividades, enquadra-se também nas comunidades, com base nas “emoções daqueles que partiram, dos que regressam à terra e daqueles que viram partir”.
Sem conseguir contabilizar o número de visitantes e residentes que se deslocam às Sanjoaninas todos os anos, o presidente da comissão realçou que estas festas “mobilizam milhares e milhares de pessoas”.
“É o momento de encontro de muitas gerações, de muitas culturas. É o momento em que nós temos o turista, o emigrante, o povo local, todos num autêntico convívio e em que a diversão e o distrair-se, o quebrar a rotina de todo o ano é primordial”, frisou.
Para Ricardo Matias, as Sanjoaninas são uma oportunidade para encontrar numa semana tudo o que a ilha Terceira oferece ao longo do ano.
Nesse sentido, além das marchas de São João, 20 de adultos e sete de crianças, que desfilam pela cidade, está previsto um cortejo etnográfico com 12 quadros representativos de todas as festividades da ilha, mês a mês.
O programa inclui também cantorias, cantigas ao desafio, fado, bailinhos de Carnaval, touradas à corda e de praça e uma ‘tenta’, para fazer recordar aos emigrantes ou dar a conhecer a turistas o “ritual de ir buscar os touros ao mato”, em dia de tourada.
A música divide-se por três palcos ao longo da cidade, sendo que pelo palco principal passam nomes como Patrice, Che Sudaka, X-Wife, Macacos do Chinês, Paus, Azeitonas, Salto, Diabo na Cruz, Sétima Legião, Ronda da Madrugada, Ti-Notas, October Flight e The Chamber.
Por toda a cidade é possível encontrar restaurantes e barraquinhas com petiscos, montados para as festas, havendo, além da gastronomia típica da ilha Terceira, um restaurante de Gilroy, um de Évora, outro de leitão à Bairrada e enchidos da região de Varosa, entre outros.
Lusa