“Protesto por causa de uma situação surrealista que estamos a viver há vários meses”, disse à agência Lusa Miguel, de 34 anos, com a bandeira espanhola aos ombros, acrescentando que o presidente do Governo regional demitido “devia ir para a prisão” pelas “mentiras que andou a dizer”, assim como os outros dirigentes separatistas.
A manifestação foi convocada pelo movimento cívico Sociedade Civil Catalã e tem como lema “Todos somos Catalunha! Pela convivência, sensatez” e os líderes regionais dos principais partidos que lutam contra a divisão de Espanha vão estar presentes.
“Organizámo-nos tarde, mas estamos aqui para mostrar que há uma maioria de catalães que já não fica em silêncio e já não quer ser silenciada”, disse aos jornalistas Alexandre Ramos, um dos organizadores da concentração.
Desde o início da manhã, vários grupos de pessoas com bandeiras espanholas e da comunidade autónoma da Catalunha passeiam pelo centro de Barcelona à espera do início da manifestação.
“Este momento não é para viver numa realidade paralela. É tempo de ir para a rua e organizar eleições”, disse o líder do Cidadãos, Albert Rivera quando se dirigia para a cabeça da concentração.
Os organizadores afirmam que pretendem defender a democracia, a convivência e o diálogo dentro da lei.
O parlamento regional da Catalunha aprovou, na sexta-feira, a independência da região, numa votação sem a presença da oposição, que abandonou a assembleia regional e deixou bandeiras espanholas nos lugares que ocupavam.
Ao mesmo tempo, em Madrid, o Senado espanhol deu autorização ao Governo para aplicar o artigo 155º. da Constituição para restituir a legalidade na região autónoma.
O executivo de Mariano Rajoy, do Partido Popular (direita), apoiado pelo maior partido da oposição, os socialistas do PSOE, anunciou ao fim do dia a dissolução do parlamento regional, a realização de eleições em 21 de dezembro próximo e a destituição de todo o Governo catalão, entre outras medidas.
Em resposta, no sábado, o presidente do governo regional destituído, Carles Puigdemont, disse não aceitar o seu afastamento e pediu aos catalães para fazerem uma “oposição democrática”, numa declaração oficial gravada previamente e transmitida em direto pelas televisões.
Lusa/ Foto – LUSA