O balanço foi avançado à Lusa pelo deputado Hernâni Jorge, que chefiou a delegação parlamentar que reuniu hoje à tarde em Lisboa com o ministro que tutela a Comunicação Social e com membros do conselho de administração da RTP.
Os deputados ao Parlamento Regional foram à capital exigir a autonomia editorial, administrativa e financeira da RTP/Açores, mas saíram da reunião desagradados com posição do ministro em relação às suas reivindicações.
“O senhor ministro manifestou absoluta incompreensão e relutância em sequer avaliar a nossa proposta”, lamentou Hernâni Jorge, recordando que Miguel Relvas “é contra” qualquer “autonomia” do canal regional de televisão.
Segundo o deputado socialista, o governante terá acrescentado que, se a região pretende autonomizar o canal regional da RTP, “deve também meter lá o dinheiro”. O deputado atribuiu ainda ao ministro a afirmação: “Lisboa paga, Lisboa manda”.
Hernâni Jorge lamentou que o “registo” da conversa do ministro-adjunto na reunião com a delegação açoriana tenha sido “do pior que pode haver”, acusando-o de “desrespeito” pela Assembleia Regional e pelas autonomias.
Contactado pela Lusa, o gabinete de Miguel Relvas escusou-se a comentar as declarações do deputado.
O Governo da República deverá assim manter a intenção de reduzir a emissão da RTP/Açores e da RTP/Madeira para uma janela de quatro horas diárias (entre as 19:00 e as 23:00) e de reduzir também os custos de operação dos canais e as despesas com pessoal.
O deputado açoriano lamentou também que, logo à entrada para o encontro, Miguel Relvas tenha comunicado aos parlamentares que tinha acabado de aprovar o plano de reestruturação da RTP e que o presidente do conselho de administração, Guilherme Costa, não estaria presente na reunião porque iria dar uma conferência de imprensa logo a seguir.
“Lamentamos que tenhamos vindo cá para nada, porque podíamos ter ficado em casa, a acompanhar pela televisão a conferência de imprensa do presidente da RTP”, ironizou Hernâni Jorge.
O deputado socialista entende que o Parlamento açoriano deve “reagir de forma veemente” a este “desrespeito pela assembleia e pelas autonomias”.