Moinhos de vento do Corvo foram recuperado​s

A Câmara Municipal do Corvo, nos Açores, recuperou os três moinhos de vento existentes na ilha, um investimento superior a 100 mil euros que se está a tornar num novo polo de atração turística.
“Estão num lugar de muita honra no Corvo. Fica perto do aeroporto, tem vista do farol, vista da areia do porto novo. É um lugar por excelência no Corvo”, afirmou à Lusa Manuel Rita, que cumpre atualmente o seu último mandato na autarquia de Vila Nova do Corvo, onde habitam pouco mais de 400 pessoas.
Em 2012, a autarquia investiu 38 mil euros na recuperação do primeiro dos três moinhos de vento, tendo concluído agora a reparação dos restantes dois, uma intervenção feita por um mestre da ilha de S. Miguel e que custou 75 mil euros.
“Penso que a Câmara tem de investir no nosso passado, porque a honra maior que a gente tem é do passado”, disse Manuel Rita, acrescentando que os moinhos estão todos a funcionar como antigamente, o património está preservado e há muitas pessoas interessadas em visitá-los e fotografá-los.
O autarca explicou que a recuperação foi feita porque os proprietários dos moinhos fizeram um documento em que cedem os imóveis ao município durante cinco anos.
“A maior dificuldade foi encontrar alguém que soubesse recuperar os moinhos, mas, felizmente, consegui encontrar um mestre na ilha de S. Miguel. As peças foram todas reconstruídas lá e depois vieram duas pessoas durante um mês ao Corvo para montar tudo”, referiu Manuel Rita, alegando que o projeto de recuperação foi candidatado ao programa ProRural para obter financiamento europeu.
O presidente da única câmara municipal da mais pequena ilha dos Açores revelou, por outro lado, que “ainda este mês” chegará ao Corvo um bote baleeiro, adquirido pela autarquia na Graciosa e recuperado no Pico, para preservar a memória histórica do passado baleeiro do Corvo.
“O meu pai também era baleeiro. Eu sempre tive na ideia que o Corvo era a única ilha que não tinha um bote baleeiro. Já está pronto no Pico à espera de transporte para vir para cá e vamos fazer uma casa para o bote”, disse Manuel Rita, precisando que depois de o sogro ter sido morto por uma baleia, em 1957, a caça “nunca mais se fez” na ilha.
A Casa do Bote, que ficará instalada junto ao posto do artesanato da vila, vai dispor de três computadores onde os visitantes poderão ver como era antigamente a vida no Corvo, bem como apreciar 532 fotografias do príncipe Alberto I do Mónaco sobre os Açores.
Manuel Rita adiantou que a casa, onde ficará guardado o bote será construída em pinho, recuperando o traçado de antigas casas de botes baleeiros existentes nos Capelinhos, no Faial, com chão em pedra de calhau rolado.
“O bote e a casa custaram 75 mil euros. São mais um contributo para transformar o Corvo num museu”, referiu.

 

Lusa

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