O Monstra – Festival de Cinema de Animação de Lisboa começa na quinta-feira, com a maior programação de sempre – quase 500 filmes – e um destaque particular para o cinema da América Latina e para dois mestres japoneses.
Até ao próximo dia 22, o Monstra concentra-se sobretudo no Cinema São Jorge e conta com uma secção competitiva de longas-metragens internacionais, da qual fazem parte dois filmes nomeados para os Óscares – “O conto da princesa Kaguya”,de Isao Takahata, e “Canção do mar”, de Tomm Moore, além de “Ovelha Choné – O filme”, de Mark Burton e Richard Starzak, que estarão em Lisboa.
Todos os anos, o Monstra dedica parte da programação ao cinema de um país convidado, sendo este ano alargado a uma geografia mais ampla, a da América Latina. O programa inclui “História antes de uma história” (Brasil), “Selkirk – O verdadeiro Ribinson Crusoe (Uruguai) e “Historias de Cronopioos y de famas” (Argentina).
A competição portuguesa de curtas-metragens vai apresentar os filmes “Fuligem”, de David Doutel e Vasco Sá, “Foi o fio”, de Patrícia Figueiredo, “Papel de natal”, de José Miguel Ribeiro, e “Raquel Silvestre – A pastora”, de Marina Palácio.
Além de “Canção do mar”, “Ovelha Choné – O filme” e “O conto da princesa Kaguya”, a competição de longas-metragens integra “Possesso”, de Sam (Espanha), “Lisa Limão e Maroc Laranja – uma rápida história de amor”, de Mait Lass (Estónia), e “Jack e a mecânica do coração”, de Stéphane Berla e Mathias Malzieu (França).
Dos filmes históricos, a Monstra recupera aquele que é considerado uma das obras-primas da animação francesa, “O rei e o pássaro”, de Paul Grimault, iniciado em 1948 e concluído em 1980, que será exibido no sábado, no Cinema Ideal.
O cinema de animação do Japão tem tido um especial destaque no Monstra e este ano não é exceção, exibindo uma retrospetiva de Isao Takahata e recuperando o filme “As asas do vento”, de Hayao Miyazaki. Ambos são os fundadores dos estúdios Ghibli e aqueles são os últimos filmes, que terão estreia comercial em Portugal depois do Monstra.
De Takahata serão ainda mostrados “Pom Poko” (1994), “Memórias de ontem” (1991) e “A família Yamada” (1999).
A vida nos estúdios Ghibli é registada no documentário “Reino do Sonho e da Fantasia”, de Mani Sunada, que será exibido no sábado à noite, no São Jorge.
Um dos programas da Monstra que tem tido um crescimento gradual no festival é o Monstrinha, feito para os mais pequenos e em ambiente escolar. Este ano estão previstas 160 sessões de cinema para nove agrupamentos de escolas de Lisboa e Almada, abrangendo cerca de 80.000 alunos.
O Monstra conta com cinema em versão “drive-in”, num parque de estacionamento no Parque Mayer, no Jardim da Estrela e no Largo do Intendente e numa versão “cinema-mais-pequeno-do-mundo”, com sessões de 15 minutos para grupos de nove espetadores, numa carrinha.
Ao cinema juntam-se ainda exposições no Museu da Marioneta, Casa da América Latina, Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) e Fábrica do Braço de Prata.
Os 15 anos do Monstra serão ainda assinalados com o lançamento de um DVD, no sábado, com 15 filmes de animação para os mais novos.
Toda a programação pode ser consultada em www.monstrafestival.com.
Até julho está previsto um périplo do Monstra pelo Porto, por Coimbra, Portalegre, Santarém, Ponta Delgada, Gouveia.
Lusa