José Horácio, um dos habitantes da Fajãzinha, confessou hoje à Lusa, por telefone, que não tem memória do que viu na sexta-feira, quando teve que “abandonar tudo de um momento para o outro”, “sem saber” quando poderá regressar.
“Foi um horror ver a terra a vir das partes mais altas. É hábito chover, mas não me lembro de derrocadas”, afirmou, salientando que vive na Fajãzinha desde que nasceu e que “as pessoas mais idosas da freguesia nunca assistiram a coisa igual”.
Instalados há três noites no aldeamento turístico da Coada, os habitantes começam a dar sinais de “cansaço”, porque “não sabem” quando podem voltar às suas casas.
“Estamos bem instalados, mas as pessoas estão um pouco desanimadas e cansadas porque não sabem o dia de amanhã. O estado de espírito não é nada bom”, admitiu Ilda Henriques, também moradora na Fajãzinha, que se afirmou “incrédula” com o sucedido na sexta-feira.
Ao fim de três noites fora de casa, Ilda Henriques disse que o espírito de “entre ajuda” vai valendo ao grupo de moradores, porque “há sempre uns mais desanimados que outros”.