Cristóvão Dias de Aguiar nasceu a 8 de setembro de 1940, no Pico da Pedra, e era uma referência da literatura, com um longo percurso iniciado em 1965 com a publicação do livro de poesia “Mãos vazias”.
Na sua vasta obra literária, destacam-se a trilogia romanesca “Raiz Comovida”, “o Braço Tatuado” —onde relata a sua experiência como combatente na Guiné durante a Guerra Colonial — e “Relação de Bordo”, conjunto de diários que abrange os anos de 1965 a 2015.
Traduziu ainda a “A Riqueza das Nações”, de Adam Smith, numa edição da Fundação Calouste Gulbenkian.
Cristóvão de Aguiar venceu, entre outros, o Prémio Ricardo Malheiros da Academia das Ciências de Lisboa, o Grande Prémio de Literatura Biográfica da Associação Portuguesa de Escritores/Câmara Municipal do Porto e o Prémio Literário Miguel Torga/Cidade de Coimbra.
Distinguido por diversas instituições e em várias áreas, Cristóvão de Aguiar foi, em 2001, agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique.
O escritor recebeu também a insígnia Autonómica de Reconhecimento da Região Autónoma dos Açores e a medalha de mérito municipal do concelho da Ribeira Grande, ilha de São Miguel, de onde é natural.
Ao longo de 40 anos de vida literária foi também homenageado pela Reitoria da Universidade de Coimbra, através da edição de uma publicação onde é reconhecido como um escritor de mérito.
Cristóvão de Aguiar foi, ainda, homenageado pela Universidade do Minho e pela Secretaria Regional da Cultura dos Açores, por ocasião dos 50 anos de vida literária, com a edição das suas obras completas entre 2015 e 2020.
Numa nota enviada esta noite às redações, o presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, lamentou a morte do escritor açoriano, reconhecendo que a Região “perde muito” com o seu falecimento, mas valorizando o “legado” que fica através da sua obra.
“A literatura portuguesa, a lusofonia e sobretudo os Açores perdem muito hoje com o seu falecimento”, sublinha José Manuel Bolieiro, citado na mesma nota.
O chefe do executivo açoriano defende que os Açores ficaram “mais ricos pela sua existência e legado”, mas hoje estão, naturalmente, “empobrecidos pelo seu falecimento”.
Lusa