Mais de 700 pessoas por mês morreram por ‘overdose’ na Europa em 2015, número que tem crescido nos últimos três anos, segundo um relatório europeu sobre drogas, hoje divulgado.
O documento do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência destaca a “preocupação com o número crescente de mortes por ‘overdose’ pelo terceiro ano consecutivo” e refere estimar-se que, em 2015, tenham morrido 8.440 pessoas dessa forma nos países da União Europeia, na Noruega e na Turquia.
Trata-se de um aumento de 6% em relação às estimativas de 7.950 mortes nos 30 países em 2014.
As mortes por ‘overdose’ estão sobretudo relacionadas com consumos problemáticos de heroína e outros opiáceos, sendo que os 1,3 milhões de consumidores problemáticos de opiáceos da Europa estão entre os mais vulneráveis.
Tal como nos anos anteriores, o Reino Unido (31%) e a Alemanha (15%) foram, conjuntamente, responsáveis por cerca de metade do total europeu das mortes por ‘overdose’, com 2.500 e 1.185 casos, respetivamente.
Aquelas percentagens estão relacionadas com a dimensão das populações de risco naqueles países, mas também ligadas ao facto de alguns Estados omitirem dados.
Em Portugal registaram-se 40 mortes por ‘overdose’ em 2015, o segundo ano em que se deu um aumento consecutivo deste tipo de mortalidade, segundo dados de um relatório nacional já apresentado em fevereiro deste ano.
O Observatório Europeu estima que haja na Europa 1,3 milhões de consumidores de opiáceos de alto risco, ou seja 0,4% da população jovem e adulta entre os 15 e os 64 anos.
Cinco países representam três quartos (76%) do total estimado de consumidores de opiáceos de alto risco na União Europeia: Alemanha, Espanha, França, Itália e Reino Unido.
Quanto às intervenções para prevenir ‘overdoses’ na Europa, há salas de consumo assistido em seis países da União Europeia e instalações também na Noruega. Portugal discute neste momento a criação destas chamadas “salas de chuto”.
Lusa