Mota Amaral congratula-se com ‘inflexão política’ do Governo

O deputado social-democrata Mota Amaral congratulou-se hoje com a “inflexão política” do Governo, que “por fim” pediu “mais tempo e dinheiro”, e condenou cortes salariais para ganhar competitividade porque “o objectivo” não é competir com o Bangladesh.

“A anunciada inflexão da política do Governo, encoberta com os habituais juras de que tudo se mantém igual, é motivo de expectativa e de moderada esperança para a comunidade nacional”, escreve o deputado do PSD e antigo presidente da Assembleia da República e do Governo açoriano num artigo de opinião publicado no “Correio dos Açores”.

O deputado social-democrata na Assembleia da República considera que “foi por fim oficialmente reconhecida” pelo Governo de Passos Coelho “a necessidade mais tempo e mais dinheiro para superar a crise” que o país atravessa.

“E mesmo assim não vai ser fácil sair dela, tanto se agravam as situações como o desemprego e a própria dívida pública, atingindo já números assustadores”, refere Mota Amaral.

João Bosco Mota Amaral considera que a recessão despertou o Governo da República para a “decisiva” prioridade de promover o emprego.

“Sempre me pareceu imprudente decretar, num quadro recessivo prolongado, a incapacidade do Estado para manter os serviços públicos essenciais, com destaque para a saúde e a educação, mas incluindo a segurança social e até a defesa e a segurança pública””, acrescenta.

Mota Amaral elogia a “heróica tenacidade” do povo português pelos sacrifícios que está fazer e defende que se deve remeter para “dias melhores” as alterações à estrutura da despesa pública e às funções do Estado.

O deputado manifesta-se ainda contra a baixa de salários para aumentar a competitividade da economia e preconiza que se deve “impulsionar” o crescimento, que irá proporcionar o aumento do emprego e mais pagamento de impostos.

“A única via de solução não é decerto baixar os salários, como se está fazendo, porque haverá sempre países onde serão ainda inferiores e julgo que o objectivo não é concorrermos com o Bangladesh”, defende.

No quadro da União Europeia, o antigo presidente da Assembleia da República defende que face aos problemas do país, impõe-se um discurso político “renovado” com os parceiros que evidencie os problemas nacionais e “propugne pelas respostas solidárias” reivindicadas.

“Se nos limitarmos a repetir que não precisamos de mais ajuda, ninguém obviamente irá tomar a iniciativa de nos ajudar. Arvorar suficiência permite ficar bem na fotografia; mas a realidade subjacente é que não se recomenda e está desalinhando das previsões governamentais”, clarifica.

O deputado conclui que o actual momento que se vive no país “é difícil” e exige dos seus responsáveis políticos “cabeça fria” e “decisões prudentes”.

 

Lusa

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