Mota Amaral diz que não há motivo para se fazer uma ‘caça’ aos maçons

O ex-presidente da Assembleia da República Mota Amaral, que assume a sua ligação ao Opus Dei, considerou hoje que não há motivo para se lançar uma caça a quem está ligado às obediências maçónicas em Portugal.

Nas declarações que fez aos jornalistas, o social-democrata e ex-presidente do Governo Regional dos Açores referiu-se a um acórdão do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem que impediu o carácter obrigatório de os políticos declararem ligações à maçonaria.

«Quanto à questão em abstracto, acho que não é altura de lançarmos uma espécie de caça à maçonaria. Não é motivo para tanto», respondeu.

Interrogado se considera perigosas as ligações da maçonaria à política, Mota Amaral contrapôs que «é preciso transparência».

«Falo por mim. Pertenço ao Opus Dei há mais de 50 anos e toda a gente sabe isso. O meu ponto de partida é a transparência, é aquilo que pratico», acrescentou.

Já o ex-secretário-geral do PS Ferro Rodrigues citou o antigo grão-mestre do Grande Oriente Lusitano António Arnaut, quando este admitiu que titulares de altos cargos políticos esclareçam a sua ligação à maçonaria.

«Depois, vemos o cardeal Patriarca, Dom José Policarpo, a dizer o contrário, sustentando que as pessoas têm todo o direito a não falar sobre isso. Estamos a assistir a um diálogo com respostas muito interessantes e muito diferentes do que seria previsível», apontou.

Para Ferro Rodrigues, «não é perigosa» a ligação entre a política e a maçonaria.

«Isto é como um copo cheio de qualquer coisa que não tem a importância que alguns pretendem atribuir. É evidente que haver determinado tipo de ideias é uma coisa e haver determinado tipo de interesses é outra coisa. Mas não conheço suficientemente as maçonarias para dizer onde estão os ideais e onde estão os interesses», advogou o vice-presidente da Assembleia da República.

 

 

Lusa

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