“Não serei candidato numa posição claramente não elegível como essa”, disse o social-democrata açoriano aos jornalistas, no final de uma reunião do Conselho Regional do PSD/Açores tida esta tarde em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.
Sem prestar mais declarações, Mota Amaral viu os conselheiros sociais-democratas declararem manter a “legítima expectativa” de o ver “em lugar elegível e cimeiro” na lista às eleições europeias de maio.
Em conferência de imprensa no final do encontro, o presidente do PSD/Açores, Alexandre Gaudêncio, definiu como “inaceitável a recusa” de incluir Mota Amaral “em lugar de destaque na lista ao Parlamento Europeu”.
“Relembro o que disse ao doutor Rui Rio a 28 de outubro do ano passado, no nosso Congresso Regional: primeiro estão os Açores, e só depois o PSD”, prosseguiu o líder dos sociais-democratas açorianos.
Os Açores, lembrou Gaudêncio, são a única região do país, a par da Madeira, com “características específicas” reconhecidas em tratados europeus, e o nome de Mota Amaral é, nesse sentido, reflexo do “momento atual” no espaço comunitário, num momento em que “estão em curso importantes negociações” para o futuro dos Açores.
Na quarta-feira, o presidente do PSD/Açores irá ao Conselho Nacional do partido “dizer que os Açores não abdicam de um lugar elegível” na lista a Bruxelas, “tal como acontece há mais de 30 anos”.
Só num momento posterior a esse, e se Mota Amaral não ficar num lugar considerado elegível, “serão tomadas outras ilações”.
O antigo presidente da Assembleia da República e líder do Governo dos Açores Mota Amaral não aceita, portanto, integrar o oitavo lugar na lista do PSD sugerido pela direção nacional do partido.
Tradicionalmente, as estruturas regionais do PS e PSD/Açores indicam em lugar elegível candidatos nas listas nacionais nas eleições para o Parlamento Europeu.
Nas europeias de 2014, a candidata do PSD pelos Açores, Sofia Ribeiro, ficou em terceiro lugar na lista nacional dos sociais-democratas, encabeçada por Paulo Rangel, como neste ano.
As eleições para o Parlamento Europeu decorrem em Portugal em 26 de maio.
Lusa