Jornalismo de proximidade é a grande aposta

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O director do Açoriano Oriental, Paulo Simões, manifestou-se esta terça-feira convicto do futuro dos jornais em papel, mas defendeu uma aposta em “projectos sérios”, privilegiando o jornalismo de proximidade e não encarando a Internet como ameaça.
“Não podemos fechar o jornal em papel amanhã porque seria um erro estratégico brutal, mas também não podemos ignorar a Internet, temos é que saber condimentar a passagem do papel para a Internet”, afirmou Paulo Simões.

Para o responsável, “os jornais em papel não vão desaparecer, mas haverá uma separação entre projectos sérios, credíveis, profissionais e de qualidade e aqueles que são apenas jornais de vão de escada”.

Paulo Simões falava aos jornalistas em Ponta Delgada, à margem de um colóquio sobre o futuro da imprensa regional, integrado nas comemorações do 175.º aniversário do Açoriano Oriental, o mais antigo jornal português.

Por seu lado, André Bradford, secretário regional da Presidência, considerou que a imprensa regional sofre com maior intensidade os impactos negativos da mudança e tem menos meios de defesa.

“A imprensa regional atravessa desafios poderosos, relacionados com a integração de suportes, o papel ‘versus’ o online, o pago ‘versus’ o gratuito, a concorrência dos novos meios de informação e comunicação ou a especialização de conteúdos”, afirmou.

André Bradford salientou que os Açores registam a maior estabilidade de títulos do país, tendo 30 dos 31 títulos editados no arquipélago 20 ou mais anos, mas defendeu uma aposta na abordagem de assuntos locais.

André Bradford referiu ainda que o governo regional estruturou um sistema de apoios à comunicação social no valor de 600 mil euros anuais, durante quatro anos, acrescentando que vai ser feito um balanço intercalar “em conjunto com todos os agentes que queiram colaborar com o executivo” para verificar da eficácia das linhas de apoio, a sua utilização ou a necessidade de ajustamentos que melhorem a aplicação do programa.

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