Segundo dados da Administração Eleitoral as mulheres ainda representam menos de um terço dos eleitos, mas houve uma evolução significativa entre a participação feminina nestas eleições em relação às anteriores, onde apenas 19,3 por cento dos eleitos eram mulheres.
Para esta evolução terá contribuído a lei da Paridade, de agosto de 2006, que estabelece que as listas para a Assembleia da República, para o Parlamento Europeu e para as autarquias locais são compostas de modo a assegurar a representação mínima de 33 por cento de cada um dos sexos.
No entanto, quando se comparam os lugares de topo, a diferença entre os dois sexos é ainda maior: apenas 23 (4,5 por cento) dos 308 municípios têm uma mulher como presidente da câmara.
No total nacional, são 137 os concelhos que têm mais de 30 por cento de mulheres em cargos autárquicos e 28 os que têm menos de 20 por cento de mulheres eleitas.
Nos dados disponibilizados, Belmonte aparece como o concelho com maior desigualdade de género, onde apenas 7,9 por cento dos autarcas eleitos são mulheres (três autarcas do sexo feminino e 35 do sexo masculino), enquanto que o do Corvo, nos Açores, é o que tem maior igualdade, com 10 homens e 10 mulheres.
Setúbal (34,9 por cento), Ponta Delgada (33,9 por cento), Lisboa (33,4 por cento), Faro (32,8 por cento) e Beja (32,6 por cento), são os distritos onde a participação feminina é maior, enquanto que em Bragança apenas 17 em cada 100 autarcas são do sexo feminino.
Os dados revelam ainda que pelo menos 376 freguesias não têm mulheres na sua composição.
A freguesia de Balança, em Terras do Bouro, segue exatamente a lógica contrária: os 10 membros da Junta são todos do sexo feminino.
Apesar de a participação feminina ainda ser fraca, principalmente nos cargos onde há maior poder de decisão, o número de mulheres eleitas para as autarquias locais tem vindo a aumentar gradualmente desde 1982.