Municípios da Madeira, Açores e Canárias participam na quinta e na sexta-feira num fórum de troca de experiências sobre prevenção de riscos, iniciativa integrada num projeto que visa preparar as autarquias para situações de catástrofe.
Na conferência de imprensa de apresentação do II Fórum Intermunicipal de Intercâmbio de Experiências em Prevenção de Riscos, que decorreu no Funchal, o presidente em exercício da Associação de Municípios da Região Autónoma da Madeira (AMRAM) sublinhou a importância da iniciativa.
“Não estávamos habituados a estas situações”, afirmou Manuel Baeta, referindo-se ao temporal de 20 de fevereiro de 2010, que provocou 43 mortos, seis desaparecidos e 1.080 milhões de euros de prejuízos na Madeira.
O responsável, que é também presidente da Câmara Municipal da Calheta, admitiu que as consequências do temporal despertaram os responsáveis da Proteção Civil para a necessidade de prevenir riscos.
“Todos nós acordámos para estas realidades”, reconheceu Manuel Baeta, considerando positivo o “intercâmbio” com os Açores e as Canárias, regiões que “estavam mais familiarizadas com as situações de catástrofe”.
O fórum, que decorre em Santana, vai abordar, no primeiro dia de trabalhos, a gestão de emergências e crises e os mecanismos de resposta às emergências, incluindo a apresentação de experiências das regiões ultraperiféricas.
No último dia do fórum, os participantes vão debater os instrumentos de prevenção em desastres naturais e o papel dos cidadãos perante os riscos.
O PREMUMAC – Preparação dos Municípios da Macaronésia para Situações de Catástrofes, projeto financiado a 85% pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, pretende minimizar o défice das organizações locais da Macaronésia em matéria de prevenção e resolução de situações de crise.
Envolvendo quatro autarquias da Madeira, seis dos Açores e 14 das Canárias, a iniciativa, orçada em 712 mil euros, inclui a elaboração de planos de emergência municipais de proteção civil e cartas de risco, a formação de técnicos, a realização de fóruns e a edição de dois guias, um para os cidadãos, com recomendações sobre como agir em situações de crise mais prováveis, e outro para as autarquias, que consiste num manual de prevenção de riscos.
O guia de autoproteção para os cidadãos, hoje apresentado e que será distribuído à população, apresenta recomendações gerais e indica comportamentos de autoproteção, explicando ainda como devem agir as pessoas perante sismos, tsunamis, cheias e inundações, deslizamentos e fluxos de terra, queda de rochas, tempestades e ventos fortes, incêndios florestais, ondas de calor e acidentes com matérias perigosas.
Manuel Baeta acrescentou que o projeto PREMUMAC, de que são parceiros as associações de municípios da Madeira e Açores e a Federação Canária de Municípios, permitiu tornar políticos, técnicos e funcionários mais sensíveis a catástrofes, de forma a acautelar riscos.