O Museu de Angra do Heroísmo inicia quarta-feira, 21 de setembro, pelas 20h00, um programa de dinamização do Núcleo de História Militar “Manuel Coelho Baptista de Lima”, promovendo a abertura noturna deste espaço expositivo para que o público tome conhecimento da rica e variada coleção de militaria ali instalada.
A iniciativa, denominada “Boa Nova à Noite’, será repetida a 26 de outubro, 23 de novembro e 14 de dezembro, no mesmo horário, viabilizando não só a visita às três exposições patentes naquele espaço, intituladas “Os Homens, as Armas e a Guerra”, “Memória e Novidade: Manuel Coelho Baptista de Lima e o Património Açoriano” e “Hospital Real da Boa Nova”, mas também o acesso às Reservas de Uniformes, Armas Ligeiras e Armas Pesadas, habitualmente interditas ao público.
A exposição “Os Homens, as Armas e a Guerra – Da flecha ao drone” aborda a evolução das armas em articulação com a história da Humanidade, desde os tempos primordiais até à contemporaneidade, organizando-se em cinco núcleos temáticos, dispostos de forma diacrónica.
O acervo desta exposição é composto por armas brancas e de fogo, esfragística, documentos gráficos e de belas artes, uniformes e peças de proteção do corpo, instrumentos musicais, peças de artilharia e material de apoio, transportes e logística.
Por sua vez, a exposição “Memória e Novidade: Manuel Coelho Baptista de Lima e o Património Açoriano” visa historiar o desempenho deste intelectual angrense, referenciando a sua intenção de construir um discurso identitário e uma memória açoriana, dissonantes do regionalismo etnográfico da primeira metade do século XX, e evidenciando o seu contributo para a utilização no arquipélago de novos modelos europeus de gestão e defesa patrimonial, que vão marcar a génese da ação pública regional nesta área.
A exposição “Hospital Real da Boa Nova” reúne as memórias de uso do edifício que terá sido um dos mais antigos, senão o mais antigo hospital militar do mundo, já que, até então, os doentes civis e militares tendiam a misturar-se nas instalações existentes.
Este edifício filipino, que teve a sua origem no hospital de campanha trazido por D. Álvaro de Bazan aquando da conquista da ilha Terceira, em 1583, desenvolveu-se alinhado com a Capela de Nossa Senhora da Boa Nova e crescendo, nos tempos de D. José I, com uma ampla enfermaria nova.
Os modos de ver a doença e a saúde, na sua relação com o sagrado e com as mezinhas e tratamentos arcaicos, bem como as memórias do que aconteceu neste edifício secular, são revisitados em painéis e peças, na antiga capela e sacristia anexa, recordando a assinatura da rendição espanhola, em 1642, após um memorável cerco de 11 meses, mantido pela população e milícias da ilha Terceira, com auxílio das de outras ilhas dos Açores, a pregação de António Vieira, em 1654, a figura do cronista maior da Terceira, Manuel Luís Maldonado, autor da Fenix Angrence e administrador do hospital, que aqui está sepultado, e a instalação, durante algum tempo, do prelo inglês com que foi inaugurada a imprensa nos Açores.
A entrada para este evento é gratuita e não exige inscrição prévia.