A música e o cinema foram as áreas mais afetadas pela quebra de 6,2% no investimento cultural das autarquias do país em 2011, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), hoje divulgados.
Os dados estatísticos do INE para o setor da cultura, no que respeita à administração local, tomaram como fonte os resultados do Inquérito ao Financiamento das Atividades Culturais pelas câmaras municipais.
As despesas globais das câmaras municipais do país em 2011 com atividades culturais ascenderam a 406,8 milhões de euros, traduzindo-se numa diminuição de 6,2% face ao ano anterior.
Segundo o INE, este decréscimo ocorreu tanto nas despesas de capital, com menos 3,1%, como nas despesas correntes, com menos 2,5%.
Ainda comparativamente ao ano anterior, em 2011 os domínios culturais que registaram maiores diminuições nas despesas foram, por ordem decrescente: a música (-20,1%), o cinema e a fotografia (-19,2%), a radiodifusão (-16,6%), as atividades socioculturais (-14,4%) e as publicações e a literatura (-12%).
As despesas afetas aos recintos culturais e às outras despesas com cultura registaram acréscimos de 9,7% e 4,2%, respetivamente, segundo o INE.
Do total das despesas em cultura realizadas em 2011 pelas câmaras municipais, o património cultural recebeu o maior investimento (19,7%), seguido das publicações e literatura (15,4%), atividades socioculturais (14,7%), recintos culturais (12,3%) e música (7,7%).
Os domínios culturais que tiveram menor peso na estrutura das despesas foram as artes cénicas, as artes plásticas, o cinema, a fotografia e a radiodifusão, os quais representaram, em conjunto, cerca de 8,1% do total das despesas em cultura para as autarquias.
Por regiões verificaram-se quebras nas despesas em cultura na Região Autónoma dos Açores (-23,6%), Algarve (-20,8%), Lisboa (-16,1%), Alentejo (-13,4%) e na Região Autónoma da Madeira (-1,9%).
Pelo contrário, em termos globais, registaram-se aumentos nas despesas efetuadas pelo conjunto das autarquias do Norte (4,9%) e do Centro (2,5%).
Quanto à despesa consolidada do Ministério da Cultura em 2011, ultrapassou 215,5 milhões de euros, significando um decréscimo de 8,8% em relação a 2010, segundo o INE.
Lusa