De acordo com a informação disponibilizada, “depois de vários dias de espera”, o estado do mar “permitiu a descarga deste navio da Empresa de Barcos do Pico, que transportou para a ilha do Corvo mais de 130 toneladas de mercadoria diversa”.
O mesmo navio vai realizar uma viagem entre o Corvo e as Flores, transportando, “sobretudo, gado, o que permite escoar alguns dos animais vivos que se encontram na ilha, contribuindo para o regresso gradual à normalidade possível das relações comerciais entre as duas ilhas”.
O navio “Malena” cumpriu, entretanto, “mais uma viagem” à ilha das Flores, transportando “mais de 530 toneladas de carga”, em contentores, o que “garante um abastecimento alargado da estrutura empresarial da ilha, passando por viaturas, material de construção, bens de consumo diverso e bens alimentares”.
Ainda segundo a nota de imprensa, nesta viagem, o “Malena” transportou “diversos contentores vazios que permitem continuar o escoamento de animais vivos das Flores durante as próximas viagens”.
Na operação de abastecimento às ilhas das Flores e do Corvo, o navio “São Jorge” deverá realizar este fim de semana mais uma descarga de combustível no Porto das Lajes.
Entretanto o PPM havia anunciado na passada quinta-feira, a intenção de “chamar o presidente do Governo dos Açores à Comissão de Economia” do parlamento regional para “responsabilizar diretamente” Vasco Cordeiro e para que “dê respostas” sobre o abastecimento por via marítima ao Corvo.
“Não somos abastecidos por via marítima desde o dia 06 de dezembro, isto há quase 50 dias. Durante este período fomos abastecidos por via aérea para uma parte muito específica das nossas necessidades. O que está a suceder com o abastecimento da ilha do Corvo é um escândalo”, disse o deputado do PPM Paulo Estevão.
O parlamentar refutou que a situação se justifique apenas com o estado do mar, já que no passado dia 17 de janeiro um “rebocador efetuou abastecimento de combustível com êxito” à mais pequena ilha dos Açores.
Paulo Estêvão falava numa conferência de imprensa em Ponta Delgada, na delegação do parlamento açoriano, onde acrescentou que vai “provocar, na reunião plenária do mês de fevereiro”, na Assembleia Legislativa Regional, uma sessão de perguntas.
Os prejuízos provocados pelo Lorenzo, que passou pelos Açores no começo de outubro, ascenderam a 330 milhões de euros, 190 milhões dos quais em resultado da destruição total do porto das Lajes das Flores.
Lusa