“O objectivo é caracterizar ao máximo a geologia do fundo do mar”, afirmou Pedro Madureira, coordenador científico da missão, que pretende “viabilizar o processo e a proposta de extensão” da plataforma continental marítima, entregue por Portugal, em Maio, nas Nações Unidas.
Uma das novidades desta missão às fontes hidrotermais é a utilização de equipamentos de investigação nacionais, como o ROV ‘Luso’, que volta a ser utilizado em águas açorianas, a exemplo do que já aconteceu noutros projectos.
Pedro Madureira salientou que, tendo em conta os custos elevados de uma investigação desta natureza, a missão integra várias equipas interdisciplinares (biólogos, oceanógrafos e hidrógrafos, entre outros), no sentido de “aproveitar ao máximo todas as valências”.
O Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores, sedeado na Horta, Faial, também participa nesta missão, com o objectivo principal de “recolher mexilhões hidrotermais, assegurar a colocação de módulos de colonização e orientar a prospecção de corais de profundidade no campo hidrotermal ‘Menez Gwen’”.
Alguns dos dados que serão recolhidos pelos cientistas a bordo do ‘Almirante Gago Coutinho’ serão utilizados pelo Instituto Hidrográfico Português na actualização da cartografia náutica nacional.
O navio, que é utilizado sobretudo no apoio à estrutura de alargamento da plataforma continental marítima, permanecerá em águas açorianas até princípios de Novembro, tendo prevista a participação noutras missões.
No espaço de cerca de um mês, esta é a segunda missão científica que se realiza às fontes hidrotermais de profundidade ao largo dos Açores.
Em Agosto, o navio de investigação francês ‘Pourquoi Pas’, do Instituto IFREMER, iniciou outra investigação, que está agora a terminar, na tentativa de encontrar novas fontes hidrotermais de profundidade na Cordilheira Média Atlântica.
Lusa