O sucessor de Hugo Chávez, escolhido pessoalmente pelo antigo presidente, venceu as eleições presidenciais deste domingo na Venezuela. Nicolás Maduro conseguiu uma vantagem muito estreita o que revela o crescente descontentamento com a linha governativa de Chávez.
Henrique Capriles, o seu opositor, declarou não pactuar “com a ilegitimidade, com aqueles que considero ilegítimos, que obtiveram um resultado anunciado pela CNE [Comissão Nacional Eleitoral] com base nas incidências de hoje”, referindo-se a uma lista com mais de 3200 irregularidades eleitorais. O candidato acrescentou que não reconhecerá o resultado eleitoral até que cada voto seja contado e exigiu uma auditoria.
“O povo expressou-se hoje e o resultado não expressa a realidade do país. Quero que a verdade seja conhecida e faremos tudo para que assim seja”, anunciou Capriles. “Vou fazer tudo o que ao meu alcance, através da Constituição, e pelo profundo amor que tenho pela Venezuela, para que [este governo] mude”.
Também um importante líder chavista tornou público o seu descontentamento em relação ao resultado eleitoral, que era suposto cimentar a “Revolução Bolivariana” como o destino da Venezuela. Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional, que muitos consideram ser o principal inimigo de Maduro dentro do partido, afirmou através do twitter que “os resultados obrigam-nos a fazer uma profunda auto-crítica”.
Da mesma maneira, analistas locais consideraram a pequena margem que deu a vitória a Maduro um desastre.
A margem foi de cerca de 234.935 votos. A afluência às urnas rondou os 78%, um pouco abaixo dos 80% como se verificou em Outubro, quando Chavez venceu por uma margem de quase 11 pontos sobre Capriles
No seu discurso de vitória, Maduro dirigiu-se à multidão e disse que a sua vitória era a prova de que Chavez “continua a ser invencível”.
SOL